Política
Teresa Leitão: 'A existência da mulher não pode depender da tolerância de um homem'
Senadora destaca casos recentes de feminicídio e cobra ações efetivas para garantir dignidade, liberdade e segurança às mulheres.
Em pronunciamento nesta quarta-feira (3), a senadora Teresa Leitão (PT-PE) destacou casos recentes de feminicídio, como o de Isabele Gomes de Macedo, ocorrido no último sábado (29) no Recife. Isabele foi morta junto com seus quatro filhos — de sete, quatro, três e um ano — após seu companheiro, Aguinaldo José Alves, agredi-los e atear fogo na residência da família. Em São Paulo, também no sábado, a parlamentar relatou o caso de Tainara Souza Santos, que foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro por Douglas Alves da Silva, seu ex-companheiro. Tainara teve as duas pernas amputadas.
— A existência das mulheres, senhoras e senhores, não pode depender da tolerância ou da permissão de nenhum homem. Queremos mulheres vivas, todas vivas e no lugar em que quiserem estar. Nossas vidas não podem ser condicionadas ao controle, à violência ou ao silêncio. E mais, não nos basta apenas sobreviver; precisamos viver, viver com dignidade, com liberdade, com sossego, com autonomia e com segurança — afirmou a senadora.
Teresa Leitão lembrou ainda dados da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada recentemente pelo DataSenado, que revelam um cenário preocupante. Quase metade das 56 mil mulheres entrevistadas acreditam que as mulheres não são tratadas com respeito no Brasil. Mais de 18 milhões de mulheres relataram sentir-se desrespeitadas dentro de casa.
— Na privacidade dos lares, a violência atravessa gerações, afetando as crianças, testemunhas da violência em 71% dos casos. Essa brutalidade vivida e testemunhada dentro de casa, cometida por aqueles que deviam ser parceiros no cuidar, acaba se reproduzindo, vista como algo que faz parte da vida — lamentou.
A senadora reforçou a importância de promover espaços seguros para mulheres, especialmente para denúncias de agressões e outros tipos de violência. Teresa citou iniciativas do Senado, como o Programa Zap Delas, voltado para denúncias e orientação sobre violência política de gênero, idealizado pela senadora Augusta Brito (PT-CE).
— Inauguramos também a Sala Lilás do Senado, um espaço seguro para atendimento humanizado às vítimas de assédio e violência de gênero. Nossa sala faz parte do programa nacional Antes que Aconteça, idealizado pela senadora Daniella Ribeiro, em parceria com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública — acrescentou.
Por Bruno Augusto, sob supervisão de Patrícia Oliveira
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