Política
Projeto propõe regulamentação do princípio do não confisco previsto na Constituição
Deputado Kim Kataguiri apresenta proposta que detalha limites para evitar uso de tributos com efeito confiscatório e busca maior previsibilidade no sistema tributário brasileiro.
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 195/24, apresentado pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP), busca regulamentar o princípio constitucional que proíbe a União, estados, Distrito Federal e municípios de utilizarem tributos com efeito de confisco.
Segundo a proposta, atualmente em análise na Câmara dos Deputados, serão consideradas alíquotas com efeito de confisco aquelas que:
- excedam em 50% as médias internacionais para produtos da mesma categoria;
- sejam aplicadas sobre itens cuja produção nacional seja insuficiente para atender ao mercado interno;
- reduzam drasticamente as importações ou eliminem a competitividade dos produtos importados;
- provoquem redução superior a 8% no patrimônio herdado ou legado;
- comprometam a renda líquida do contribuinte a ponto de desestimular o aumento da arrecadação individual.
Estão excluídos da aplicação da nova regra as taxas, contribuições de melhoria, impostos extraordinários e tributos sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Também ficam de fora os tributos de caráter extrafiscal, desde que não tenham como objetivo proteger setores da concorrência externa.
Proteção econômica
O projeto determina ainda que o Poder Executivo publique anualmente um relatório detalhando a capacidade de produção nacional de bens sujeitos à tributação de proteção econômica. Caso seja constatado que a produção de determinado item não atende a pelo menos 70% da demanda interna, as alíquotas deverão ser ajustadas, limitando-se a um máximo de 60% da alíquota padrão para produtos importados.
Segundo Kim Kataguiri, a proposta busca criar maior previsibilidade tributária e evitar que impostos excessivos penalizem os cidadãos ou sejam usados como mecanismo de proteção excessiva. “O projeto é um passo importante para modernizar a política tributária brasileira”, afirmou o deputado.
Próximos passos
O PLP 195/24 será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para votação no Plenário.
Para se tornar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
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