Política

Flávio Bolsonaro cobra votação de anistia após início de cumprimento de pena de Bolsonaro

Senador critica prisão definitiva do ex-presidente, aponta 'forças ocultas' no Congresso e defende transferência para prisão domiciliar

25/11/2025
Flávio Bolsonaro cobra votação de anistia após início de cumprimento de pena de Bolsonaro
Flávio Bolsonaro (PL-RJ). - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou nesta terça-feira, 25, a prisão definitiva de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Flávio, 'forças ocultas' estariam impedindo a votação do projeto de anistia para os condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

O parlamentar destacou que a oposição aceitaria o resultado caso o texto fosse votado e rejeitado. "Não consigo entender por que fica interditado esse debate por causa de forças ocultas, alheias, externas ao Congresso Nacional", afirmou.

O projeto de lei da anistia, inicialmente proposto para conceder perdão total aos envolvidos nos atos antidemocráticos, foi modificado pelo relator Paulinho da Força (Republicanos-SP), que buscou uma alternativa de redução de penas — o chamado PL da Dosimetria. A proposta, porém, perdeu força no Congresso.

Flávio Bolsonaro também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e à decisão de manter Bolsonaro em regime fechado. O senador defendeu que o ex-presidente seja transferido para prisão domiciliar. "Foi um absurdo, ele tinha que ser colocado dentro da prisão domiciliar, no mínimo, onde tem os cuidados permanentes de familiares, onde a gente fica menos preocupado", disse.

Segundo Flávio, Bolsonaro está psicologicamente abalado e teria passado por uma crise de soluço na prisão. "Obviamente, está muito psicologicamente abalado, está inconformado", relatou.

Questionado se se arrepende de ter convocado uma vigília nas proximidades da casa do ex-presidente, Flávio respondeu: "Quem tem que se arrepender é o Alexandre de Moraes, de estar afrontando Deus do jeito que ele está fazendo".

Apoiadores reagem à decisão do STF

Aliados do ex-presidente se manifestaram nas redes sociais contra a decisão do Supremo. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, cobrou compromisso de candidatos à Presidência da direita com o indulto a Bolsonaro: "O 1º critério - absolutamente excludente! - do nosso apoio a presidente em 26 é se comprometer a conceder indulto e perdão ao presidente Bolsonaro, extensivo aos que participaram das depredações do 8 de janeiro. Direto e reto."

O deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-secretário da Cultura, também criticou o STF: "Não existe mundo ideal. O que existe é uma realidade dura, covarde e impiedosa. Há gente poderosa que se sentiu ameaçada por um presidente eleito pelo voto popular, sem conchavos e sem acordos obscuros", escreveu no X.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, afirmou: "Não há como não se indignar com tamanha perseguição à direita, com um julgamento viciado, uma farsa montada para dar ares de legitimidade à arbitrariedade".

Jair Bolsonaro iniciou o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão pela acusação de tentativa de golpe de Estado, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.