A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em nota divulgada neste sábado (22), que a prisão preventiva 'pode colocar sua vida em risco' devido ao seu estado de saúde. Os advogados anunciaram que irão apresentar recurso contra a decisão.

Segundo os representantes legais de Bolsonaro, 'causa profunda perplexidade' a motivação da prisão, que teria sido baseada na convocação de uma vigília de orações em frente à residência do ex-presidente.

A defesa também rebateu a suspeita de risco de fuga, citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e destacou que Bolsonaro estava sendo monitorado por policiais e foi detido utilizando tornozeleira eletrônica.

A decisão da Polícia Federal de prender o ex-presidente ocorreu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar, para este sábado, uma vigília nas proximidades do condomínio Solar de Brasília 2, onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar. A corporação avaliou que o ato representava risco para os participantes e para os agentes de segurança.

Na decisão, Moraes destacou 'a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho'. O ministro também apontou a possibilidade de Bolsonaro buscar refúgio em embaixadas próximas à sua residência, considerando investigações que sugerem um planejamento para pedido de asilo.

Leia a nota da defesa na íntegra:

"A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a 'existência de gravíssimos indícios da eventual fuga', o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível."

Celso Vilardi
Paulo Amador da Cunha Bueno