Política
‘Desumano’ e ‘grande dia!’: prisão de Bolsonaro divide opiniões entre políticos
Lideranças da direita criticam decisão judicial e falam em injustiça, enquanto nomes da esquerda comemoram e destacam importância do episódio para a democracia
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro teve forte repercussão no meio político logo nas primeiras horas deste sábado. O líder da oposição na Câmara, deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), afirmou ao Estadão/Broadcast que prender Bolsonaro "é um ataque direto à democracia" e que a oposição resistirá. "Colocar Bolsonaro em regime fechado é desumano e injusto. Se algo acontecer a Bolsonaro sob custódia, a responsabilidade será direta", declarou.
Nas redes sociais, as manifestações começaram cedo. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou, pouco depois das 6h30, os versículos 1 a 8 do Salmo 121, conhecido como "Canto da Peregrinação", em seu perfil no Instagram, onde possui 7,7 milhões de seguidores. Com a prisão de Bolsonaro, Michelle tem despontado como principal nome entre os bolsonaristas para as próximas eleições.
Fábio Wajngarten, ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações e ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro, afirmou que a prisão terá impacto nas urnas. "É INACREDITÁVEL. Num sábado. Com estado de saúde totalmente comprometido. VERGONHOSO. 26 é logo ali", escreveu ele no X (antigo Twitter).
A deputada federal Carol de Toni (PL-SC), conhecida por posições conservadoras e por ter levado o filho recém-nascido à Câmara como protesto, também criticou a decisão judicial. "A prisão do Presidente Bolsonaro é um dos maiores absurdos já cometidos pela justiça brasileira. O maior líder que a direita já teve, homem que não cometeu crime algum, foi submetido a um processo absolutamente nulo, agora é levado à prisão! Lutaremos até o fim contra essa injustiça."
O líder do PL na Câmara, deputado federal e pastor Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), reforçou o tom: "Bolsonaro não roubou ninguém", publicou nas redes sociais.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) também manifestou solidariedade: "Toda solidariedade a ele e à família. Passou da hora de uma reação contundente do Congresso para frear os abusos e ilegalidades feitos contra a oposição a Lula e ao PT!", escreveu no X.
Entre políticos de esquerda, a reação foi oposta. A ex-deputada federal Manuela D'Ávila, ex-PCdoB, celebrou a prisão: "Obrigada ao meu relógio biológico que me permitiu assistir ao vivo a prisão (ainda preventiva) de Bolsonaro. Espero estar acordada quando a prisão pela tentativa de golpe acontecer. Quem viveu o Brasil sob seu comando, quem temeu viver no Brasil sob seu comando, quem perdeu alguém no Brasil sob seu comando, sabe o que celebramos. Eu celebro estar viva, com minha família, feliz e na luta.", escreveu no Instagram, junto a uma foto da transmissão pela TV.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, destacou em publicação: "A lei é para todos".
Mônica Benício, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL e viúva de Marielle Franco, também comemorou: "Hoje um novo capítulo da história da democracia brasileira foi construído. O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente via medida cautelar. O golpe, que sempre livrou a cara das elites brasileiras, é punido pela primeira vez exemplarmente."
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) completou: "Jair Bolsonaro acaba de ser preso preventivamente e levado para a superintendência da Polícia Federal. Um bom dia desses hein?!", acrescentando as hashtags #semanistia e #bolsonaronacadeia.
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