Política

Lula critica texto do PL Antifacção aprovado na Câmara e cobra responsabilidade do Senado

Presidente afirma que mudanças feitas pelos deputados enfraquecem o combate ao crime organizado e pede diálogo na análise do projeto pelo Senado

19/11/2025
Lula critica texto do PL Antifacção aprovado na Câmara e cobra responsabilidade do Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o texto do projeto de lei de combate às facções criminosas aprovado pela Câmara dos Deputados, afirmando que a proposta "enfraquece" o enfrentamento ao crime organizado e "gera insegurança jurídica".

Essa foi a primeira manifestação pública de Lula após a aprovação do PL, que recebeu 370 votos favoráveis e 110 contrários. O projeto, originalmente enviado pelo governo, teve como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), atualmente licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, durante a gestão de Tarcísio de Freitas.

Derrite promoveu diversas alterações no texto, desagradando ao governo, que já vinha solicitando mudanças desde a semana passada. Todos os deputados do PT presentes à votação posicionaram-se contra o projeto.

"Precisamos de leis firmes e seguras para combater o crime organizado. O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei", afirmou Lula em publicação na rede social X.

O presidente apelou ao Senado para que conduza a análise do projeto com "diálogo e responsabilidade", sinalizando que o governo buscará promover alterações na Casa Alta. O relator da matéria no Senado será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), conforme anúncio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

"O compromisso do Governo do Brasil é com uma agenda legislativa que fortaleça as ações da Polícia Federal, garanta maior integração entre as forças de segurança e amplie o trabalho de inteligência para enfrentar as facções nos territórios onde elas tentam se impor, mas especialmente para atingir as estruturas de comando que sustentam e financiam seus crimes", declarou Lula.

O presidente também reforçou que o governo está "do lado do povo brasileiro" e não abrirá mão de "combater de verdade toda a cadeia do crime organizado".