Política
Bolsonaristas vão às ruas em atos esvaziados

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) fizeram, no domingo, uma série de atos pelo País em defesa do ex-presidente. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram os principais alvos das manifestações - esvaziadas com o avanço da ação penal por tentativa de golpe de Estado da qual Bolsonaro é réu. Entre os governadores bolsonaristas, apenas Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, compareceu.
Impedido pelo STF de usar as redes sociais, de sair de casa aos finais de semana e obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, o ex-presidente falou aos manifestantes por meio de uma ligação para seu filho Flávio Bolsonaro, no Rio.
Especialistas acreditam que isso pode configurar descumprimento da decisão. "Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos, é pela nossa liberdade. Estamos juntos", disse Bolsonaro. O áudio foi conectado aos alto-falantes, em Copacabana, e a saudação foi registrada em vídeo e publicada no perfil oficial de Flávio.
O advogado criminalista Matheus Falivene, doutor em Direito Penal pela USP, avalia que a publicação deve reabrir um debate sobre cautelares mais duras ou mesmo sobre prisão do ex-presidente.
Governadores bolsonaristas como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Jorginho Mello (PL) não foram aos atos pró-Bolsonaro em seus respectivos Estados.
Capitais
Em São Paulo, apesar da presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o pastor Silas Malafaia foi o principal orador. O ato na Avenida Paulista reuniu 37,6 mil pessoas, diz o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da USP.
O pastor chamou Moraes de "criminoso", cobrou o arquivamento das ações contra bolsonaristas e pediu a Deus para quebrar "a dureza, ambição e vaidade" dos parlamentares e ministros do STF.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) liderou a manifestação em Belo Horizonte e provocou Moraes. "Você é um cara corajoso. Mas sem toga você é nada", disse. "Nós muito bem sabemos que o STF não é o dono do Brasil."
Queda acentuada
À medida que a ação penal contra Bolsonaro avança, o comparecimento aos atos em seu favor vem minguando. A redução do público já foi superior a 90%.
Para compensar a ausência do ex-presidente, seus familiares participaram no domingo em diferentes cidades. Enquanto Flávio esteve no Rio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro(PL) esteve em Belém (PA, reforçando os atos na região Norte.
As manifestações do domingo foram as primeiras após o anúncio de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil, estimuladas por outro filho do ex-presidente, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O governo Donald Trump alegou que Bolsonaro sofre uma "caça às bruxas" e impôs tarifas de 50% às importações brasileiras.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mais lidas
-
1EUA
O jornal The New York Times publica hoje (14) um ensaio do presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, na sequência da pressão dos EUA sobre o Brasil, para um "diálogo aberto e honesto com o presidente dos EUA".
-
2POSSIBILIDADE DE NOVAS ELEIÇÕES
Justiça Eleitoral cassa diplomas de prefeito e vice de Maribondo por abuso de poder econômico
-
3HISTÓRIA VIVA EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Jota Duarte, o homem de oito mandatos, chega aos 100 anos lúcido e ativo na memória política
-
4PREVIDÊNCIA
Prefeitura de Maceió exonera todos os comissionados do IPREV após escândalo dos R$ 100 milhões aplicados no Banco Master denunciados por Rui Palmeira
-
5FUTEBOL
CRB vence o Amazonas no Rei Pelé, sobe na tabela e respira na Série B