Política

Vereadora Adelaide França denuncia sentir-se tratada 'como uma cachorra' pelo Controlador de Palmeira; vídeo

Redação 03/04/2024
Vereadora Adelaide França denuncia sentir-se tratada 'como uma cachorra' pelo Controlador de Palmeira; vídeo
Ana Adelaide chora ao se sentir discriminada - Foto: Reprodução

Durante a sessão legislativa desta quarta-feira (03) na Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios, a vereadora Ana Adelaide França (PSB) manifestou sua insatisfação com o que considera uma série de desrespeitos e discriminações por parte da administração municipal e colegas da câmara. Inicialmente, França expressou sua frustração com o prefeito Julio Cezar e a secretária de Gestão Cinara Barbosa, por não receber respostas sobre um importante projeto de lei que propõe o reajuste salarial dos fiscais de tributos da cidade.

Ana Adelaide, em sua fala, destacou a importância da comunicação e do respeito mútuo, sobretudo em questões que afetam diretamente os servidores municipais. “Pelo menos a resposta a gente merece”, afirmou a vereadora, ressaltando a urgência da situação: sem a aprovação do projeto até sexta-feira, 5 de abril, os fiscais perderão a oportunidade de readequação salarial para o ano corrente.

Entretanto, a questão do projeto de lei foi apenas o começo das inquietações trazidas por Adelaide França à sessão. Mais tarde, em um momento emotivo no encerramento da sessão legislativa, a vereadora denunciou um episódio de descortesia e, segundo ela, discriminação. França descreveu um incidente envolvendo o controlador geral do município, Marcondes Oliveira (oriundo de Arapiraca) e que teria ignorado sua presença durante um intervalo da sessão, cumprimentando apenas o vereador Cristiano Ramos.

Visivelmente emocionada, França questionou o tratamento que recebeu, clamando por respeito e educação. "Como é que o controlador geral passa por mim e pelo vereador Cristiano, cumprimenta o vereador Cristiano, fala com Cristiano e não olha nem pra minha cara. Aí, o que é eu sou? Sou vereadora! Independente de eu ser vereadora, educação senhor Marcondes, Educação!!! Mando mensagem não sou respondida. O controlador passa por mim e não vê. Quando digo aos colegas mais íntimos que não estou estimulada a ser candidata, não estou brincando, porque sempre digo aos colegas: mulher sofre discriminação. E sofro. Eu sinto essa discriminação. Sinto nessa casa quando o vereador pergunta se tomei remédio. Sinto no governo E como eu senti hoje aqui como se eu fosse uma cachorra que ele (controlador Marcondes Oliveira) nem para minha cara olhou. Por isso não me estimula a ser candidata a vereadora. Vou pensar e repensar, porque estar aqui é nadar, nadar e morrer na praia”, disse ela, entre lágrimas. A vereadora lamentou a falta de reconhecimento e respeito, não apenas como membro do legislativo, mas como pessoa.

Além disso, França mencionou sentir um padrão de discriminação, tanto na câmara quanto no governo municipal, que a desestimula a continuar na política. A vereadora relatou episódios de minimização e desrespeito, como comentários pejorativos sobre sua saúde mental por parte de colegas, que reforçam sua percepção de um ambiente hostil, especialmente para mulheres na política.

O relato de Ana Adelaide França destaca desafios significativos no ambiente político de Palmeira dos Índios, não apenas em termos de procedimentos administrativos e legislativos, mas também em relação ao respeito, à igualdade de tratamento e à luta contra a discriminação de gênero. Essas questões levantam debates importantes sobre a cultura política local e a necessidade de mudanças para um ambiente mais inclusivo e respeitoso.

"A atitude discriminatória merece uma reprimenda contra o Controlador por parte do gestor de Palmeira dos Índios (que já é réu por violência contra mulher) sob pena de pactuar mais uma vez com esse ato passível de punição severa", disse um dos presentes à sessão que preferiu não se identificar.

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