O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) confirmou nesta segunda-feira as exonerações de quatro secretários municipais, ligados a chamada "Família Aro". As demissões de Castellar Guimarães Neto (Governo), Roberta Rodrigues (Educação), José Barros (Meio Ambiente) e Fernando Motta (Desenvolvimento Econômico) ocorrem após pressões internas no PSD para que os aliados do secretário estadual da Casa Civil, Marcelo Aro, desembarcassem do governo. Aro é aliado de primeira hora do governador Romeu Zema (Novo).

Na manhã de hoje, o prefeito se reuniu com Marcelo Aro por cerca de uma hora. Posteriormente, os dois deram coletiva de imprensa sobre o tema. Segundo Fuad Noman, ele teria sido surpreendidos pelas cartas de demissão:

— Acabo, com muita tristeza, de receber a carta de demissão dos quatro secretários. Há alguns dias me perguntaram se eles iriam sair, e eu disse que só sairiam se quisessem. E foi o que eles fizeram hoje — afirmou o prefeito.

Nos bastidores, contudo, articuladores afirmam que a ala do PSD ligada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, havia exigido a demissão dos secretários como condição para apoiar sua tentativa de reeleição à prefeitura de Belo Horizonte e manutenção da base na Câmara Municipal.

Sobre o PSD, Fuad admitiu que houve pressão:

— Quando partidos se organizam para as eleições, precisam de cargos e posições definidas. Mas em nenhum momento alguém chegou para mim com a faca no pescoço. Tivemos conversas com vários membros do partido que disseram precisar de cargos, de secretarias para atender.

Nas redes sociais, o prefeito agradeceu os secretários e afirmou que a saída ocorreu de comum acordo. "Agradeço publicamente aos quatro secretários por todo o empenho e dedicação no período em que integraram a minha equipe, especialmente Castellar Neto, pelo profissionalismo e liderança frente à Secretaria de Governo", escreveu.