O ministro da Justiça, Flávio Dino faltou ao interrogatório para o qual havia sido convocado na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, nesta terça-feira. A mesma comissão já tinha convocado Dino há duas semanas, mas o ministro também não compareceu na ocasião.

Na manhã desta terça, Dino compareceu a reunião sobre terras indígenas, a convite da Procuradoria-Geral da República. "Sempre estamos prontos a colaborar para que a Constituição, as leis e a jurisprudência sejam cumpridas, em relação a todos os temas", declarou o ministro na rede social X (antigo Twitter).

A convocação desta terça foi aprovada para tratar de diversos assuntos, como os ataques do 8 de Janeiro, a política de armas do governo, críticas a parlamentares feitas por Dino e o orçamento destinado para combater o crime organizado.

Acumulando mais de cem convites e convocações, Dino já indicou que só falaria aos deputados se os requerimentos fossem unificados e ele falasse em uma Comissão Geral no plenário, não em uma comissão temática.

O presidente da Comissão de Segurança Pública, o bolsonarista deputado Sanderson (PL-RS) já chegou a ameaçar um pedido de impeachment de Dino do cargo por desobedecer a convocação.

– Ele não tem que escolher onde será ouvido, tem que vir e não ser covarde. Ele cometeu um crime de responsabilidade e precisa ser punido, mesmo que renuncie -- declarou o presidente da comissão.

O colegiado, composto principalmente por bolsonaristas, recebeu Flávio Dino em abril deste ano, quando a comissão foi palco de palco de agressões e xingamentos entre deputados governistas e da oposição. Na ocasião, Dino se retirou da sessão alegando se sentir ameaçado.