Política
Codevasf suspende contratos com empresa alvo de operação da PF
Operação investiga possível desvio de emenda parlamentar do ministro das Comunicações
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) suspendeu os contratos mantidos com a Construservice para obras e serviços em municípios do Maranhão. A empresa está no centro das suspeitas apuradas pela Polícia Federal na Operação Benesse, que investiga fraudes e desvios de recursos do órgão no estado, e que atingiu o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Com a suspensão dos contratos, a Codevasf pretende fazer uma análise interna para avaliar as medidas aplicáveis ao caso. A Construservice tem nove contratos com a Codevasf no Maranhão, que somam R$ 15 milhões — no país todo, ela venceu pregões que totalizam R$ 527 milhões, segundo dados dos portais de informação do governo. A suspensão foi revelada pelo Metrópoles e confirmada pelo GLOBO.
"Solicito que sejam adotadas providências para imediata suspensão dos contratos mantidos pela 8a Superintendência Regional com a empresa Construservice, para Uns de análise detida do conjunto de informações disponíveis e para avaliação de medidas institucionais que devam ser aplicadas ao caso com vistas à garantia da integridade das ações da Companhia", diz ofício assinado pelo diretor-presidente, Marcelo Andrade Moreira Pinto.
A companhia também decidiu encaminhar para auditoria especial todos os convênios mantidos com os municípios de Vitorino Freire, Bacabal e São Luís. Serão avaliados todos os contratos fechado, não apenas os tocados pela Construservice.
Juscelino entrou na mira da investigação por conta de emendas que enviou, quando era deputado federal, à cidade de Vitorino Freire, que é comandada por sua irmã, Luanna Resende (União), afastada do cargo. A emenda foi repassada à Codevasf, órgão comandado pelo Centrão e que ganhou musculatura por ser destino de emendas do chamado orçamento secreto.
Aobra apontada como suspeita foi executada pela Construservice. De acordo com a investigação, ela tem como sócio oculto Eduardo Costa Barros, preso em 2022, acusado de comandar o esquema de lavagem de dinheiro a partir do desvio de verba pública.
Juscelino e outros alvos tiveram bens bloqueados. Ontem, o União divulgou nota de “solidariedade e apoio” assinada pelos líderes do partido no Senado e na Câmara, Efraim Filho (PB) e Elmar Nascimento (BA). O texto afirma que a investigação tem “denúncias e indícios que ainda não foram devidamente apurados”.
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