Política
Saiba quem é Daniela Teixeira, indicada por Lula para vaga no STJ
Advogada é próxima do grupo Prerrogativas e já teve discussão com Bolsonaro
A advogada Daniela Teixeira, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), tem mais de 20 anos de atuação e é próxima a integrantes do grupo Prerrogativas. Teixeira era a única mulher na lista tríplice enviada a Lula pelo tribunal. A indicação ainda precisa ser confirmada pelo Senado.
Teixeira, de 51 anos, é formada na Universidade de Brasília (UnB) e tem mestrado em Direito Penal no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), além de especialização em Direito Econômico e Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Na disputa pelo STJ, ela teve o apoio do Prerrogativas, grupo de advogados que tem proximidade com o governo federal. Teixeira já foi conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por dois períodos, além de vice-presidente da ordem no Distrito Federal.
A advogada defendeu investigados na Operação Lava-Jato, como Jacob Barata Filho, empresário do ramo de transportes do Rio de Janeiro, e João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP.
Em 2019, a advogada fez parte de uma lista tríplice para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não foi escolhida pelo então presidente Jair Bolsonaro.
Três anos antes, ela discutiu com Bolsonaro, então deputado federal, no plenário da Câmara. Em meio a uma sessão sobre violência contra a mulher, Teixeira fez referência ao fato de que Bolsonaro era réu por incitação ao estupro e por injúria, por ter dito que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia".
A opção de Lula pelo nome de Daniela Teixeira para compor o STJ ocorre após o tribunal ficar 10 anos sem ter uma mulher indicada para sua composição. A última ocorreu no governo da então presidente Dilma Rousseff, que nomeou a ministra Regina Helena Costa.
Com histórico de atuação em prol dos direitos das mulheres, Daniela viveu na pele as dificuldades enfrentadas pelas advogadas de todo o país. Em 2013, aos cinco meses de gestação, após ficar durante dez horas em uma audiência no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sem poder sair, comer ou beber água, precisou sair diretamente para um hospital de Brasília — onde duas semanas depois deu à luz, em um parto prematuro.
A experiência de Daniela como uma advogada gestante fez com que ela batalhasse pela criação da Lei Federal 13.363, de 25 de novembro de 2016, que dispensa mulheres grávidas e lactantes de passar em aparelhos de raio-X ao entrar nos fóruns e tribunais. As advogadas chegam a fazer essa inspeção 30 vezes por semana, o que pode fazer mal ao bebê. Agora, elas são revistadas manualmente.
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