Política
Justiça condena ex-dirigente do PL a 40 anos de prisão por estuprar netas
O juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto condenou José Renato da Silva "por 969 vezes em relação a cada vítima"; réu poderá recorrer em liberdade
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, na última sexta-feira, um ex-dirigente do PL a 40 anos de prisão. José Renato da Silva é acusado de estuprar e abusar das duas netas, menores de 14 anos. Silva foi vice-presidente do PL no estado de São Paulo e presidente da Câmara Municipal de Suzano, localizado na Região Metropolitana de São Paulo.
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O juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, da Comarca de Suzano, condenou Silva por 969 abusos em relação a cada vítima. Silva terá que cumprir a pena em regime inicial fechado, mas poderá recorrer em liberdade.
A denúncia cita que Silva, aproveitando-se da condição de avô e por morar com as vítimas, chamava as netas para assistir a desenhos animados e cometer os crimes. Os abusos aconteceram cotidianamente entre 2011 e 2021, segundo a acusação.
A mãe das vítimas e filha de Silva, Cintia Renata Lira da Silva, declarou que soube dos abusos por meio da diretora da escola das filhas, em 2019. Ela relata também ter sido abusada pelo pai na infância, e que temia que o mesmo acontecesse com as meninas.
"(Cintia) Acreditava que as mudanças de humor e a instabilidade emocional das vítimas eram motivadas pela adolescência e pela adoção tardia. Não contou sobre os abusos ao pai das vítimas, pois ele era policial militar e temia o que pudesse fazer. Não contou também para sua mãe, visto que ela tinha problemas psicológicos. Decidiu confrontar o réu por mensagem. Explicou a ele que as vítimas haviam contado sobre o abuso, bem como que se recordava do abuso sofrido por ela aos seis anos. Disse que não sabia como agir e queria que o réu se afastasse. O réu respondeu que não se recordava do abuso sofrido por ela, mas, quanto às vítimas, confirmou e lamentou o ocorrido. O Réu quis pedir perdão pessoalmente, mas se afastou completamente dele", diz a denúncia.
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No ano passado, à época da acusação contra o pai, Cintia publicou em uma rede social que "apagou 7 anos de sua memória e uma grande parte de sua infância" e que, "apesar de nunca ter tocado nesse assunto com ninguém, ele me assombrava todos os dias".
"Esse pensamento continuou até o dia em que eu descobri que ele, meu pai, também tinha abusado das minhas filhas. Sem dúvidas, foi o pior dia da minha vida. Parecia que o mundo era apenas um campo magnético que me puxava para baixo. Não sabia sequer que direção tomar. Relembrar esse dia dói mais do que relembrar o próprio abuso que sofri. Como ele pôde? Com minhas filhas? Por semanas senti vergonha, culpa e fragilidade, tristeza e indignação. A coragem que nunca tive enquanto filha, tive enquanto mãe", escreveu.
Ao G1, Denis Souza do Nascimento, advogado do ex-vereador, informou no fim de semana que ele ainda não tinha sido intimado. "Esse processo tramita em segredo de Justiça, assim, por ética e em cumprimento da lei, não posso comentar nada sobre os autos", disse.
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