Poder e Governo

Lula usa reunião ministerial para preparar a ‘casa’ para o ano eleitoral

Presidente cita possíveis adversários e cobra definição de ministros

Agência O Globo - 17/12/2025
Lula usa reunião ministerial para preparar a ‘casa’ para o ano eleitoral
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a reunião ministerial desta quarta-feira, a última antes da saída dos titulares que disputarão as eleições de outubro, para alinhar a equipe e preparar o governo para o ano eleitoral, quando tentará um quarto mandato.

O movimento começou logo após o encontro, com o anúncio da saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo e a entrada de Gustavo Feliciano, indicado por uma ala do União Brasil. Com a nomeação, Lula espera garantir o apoio de cerca de um terço da bancada de 59 deputados do partido. Sabino havia sido expulso do União Brasil por não acatar a orientação de deixar o cargo.

Na abertura da reunião, Lula abordou a saída dos ministros e fez uma cobrança direta: exigiu que cada um, assim como seus partidos, defina de que lado está. Além do União Brasil, o PP também havia solicitado, em setembro, a saída do titular do Esporte, André Fufuca, do governo.

O presidente também deu uma missão aos ministros: quer que todos conheçam e saibam apresentar os principais projetos do governo, mesmo que não sejam de sua área de atuação.

— Todo o ministro tem que conhecer todas as políticas — reforçou Lula.

Coube a Rui Costa, chefe da Casa Civil, conduzir uma apresentação de uma hora e vinte minutos, com 73 slides em power point, detalhando as realizações dos três anos deste terceiro mandato.

Em suas duas intervenções, na abertura e no encerramento da reunião, Lula sinalizou que pretende apostar na comparação com os adversários na disputa de 2026. No primeiro discurso, após citar as políticas sociais, destacou que o ano eleitoral será “o da verdade”, para mostrar “quem é quem” no país.

Ao final do encontro, realizado na Granja do Torto, residência oficial da Presidência, o presidente foi ainda mais direto sobre a estratégia. Revelou ter solicitado um levantamento das políticas sociais implementadas pelos “possíveis adversários” que hoje governam estados: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás).

— Sinceramente, perto de nós, eles não fizeram nada — concluiu Lula, já em tom de campanha, em fala transmitida pelos canais oficiais do governo.