Poder e Governo
Indiretas e conversas sobre ‘ginástica’: Lula e Tarcísio têm interação cordial em encontro SP; veja vídeo
Presidente e governador estiveram em evento que também contou com a presença de outras autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e Haddad, da Fazenda
O Mas longe do tom bélico de discursos recentes, o encontro dos dois adversários políticos que potencialmente podem se enfrentar nas urnas em 2026 foi marcado por cordialidade, risadas, uma breve conversa sobre a Enel e até sobre exercício físico.
Lula vinha evitando aparecer junto ao governador, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que tem feito críticas diretas ao petista ao longo deste ano. Em setembro, quando foi realizado o leilão do túnel Santos-Guarujá na B3, foi Alckmin quem representou o governo federal. No mês passado, Tarcísio chegou a dizer que o país precisa “trocar o CEO” e criticou a condução do presidente na segurança pública e na administração de estatais.
Mas nesta sexta, Tarcísio e Lula se cumprimentaram brevemente no estúdio onde ocorreu o lançamento do novo canal. Como o presidente chegou atrasado, ficou pouco tempo na sala vip onde estavam as autoridades e convidados, e os dois não se encontraram naquele momento. No estúdio, Lula chegou ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, e Tarcísio, que estava sentado, se levantou e cumprimentou o petista com um aperto de mão. Em seguida, o governador virou-se para o lado e cumprimentou a primeira-dama
Em seu discurso, Tarcísio disse que é preciso “construir a convergência” e que o debate entre diferentes ideias deve ocorrer “na arena política”. Já Lula se dirigiu ao governador ao exaltar os bons indicadores econômicos que o país tem alcançado.
Ao término do evento, houve uma breve conversa entre Lula, Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), sobre a Enel. Em seu discurso, Nunes havia pedido a “ajuda” do presidente para resolver a questão dos frequentes apagões em São Paulo, já que a concessão de distribuição de energia elétrica é de competência federal.
Na conversa, flagrada pelo GLOBO, Nunes apresentou o mapa da falta de energia da Região Metropolitana para mostrar que, só na capital, ainda havia cerca de 500 mil pessoas sem luz na noite de sexta, três dias após o vendaval que causou estragos em São Paulo. Lula disse que iria conversar com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre o tema e que o ministro iria também dialogar com o prefeito. Tarcísio disse que é preciso ter mudanças regulatórias nesse tipo de concessão.
Em seguida, Lula virou-se para o Tarcisio, o abraçou e comentou que ele havia perdido peso e questionou o governador "a que horas você está levantando para fazer ginástica?". Os dois riram e o governador disse que por volta das 6h da manhã.
O tom de cordialidade entre Tarcísio e o governo federal não se restringiu a Lula. Antes da chegada do presidente, Tarcísio passou vários minutos conversando com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e também participou da conversa o ex-jogador Alexandre Pato, que é casado com Rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos. Os dois conversaram sobre amenidades, em tom cordial. Um dos temas da conversa foi que o pai de Tarcísio, que também completaria 95 anos assim como Silvio Santos se estivesse vivo, estudou na mesma escola que o fundador do SBT, a Celestino da Silvano, Rio de Janeiro.
Tarcísio e Alckmin trocaram algumas palavras ao lado de Ronaldo Fenômeno. Ronaldo se referiu aos políticos como “dois craques”, ao que Tarcísio respondeu: “Craque é você”. Ronaldo também foi “tietado” do por Lula e pelo ministro do STF Alexandre de Moraes — Moraes, inclusive, aproveitou a oportunidade para tirar uma foto com Alexandre Pato, que jogou em seu time do coração, o Corinthians. Ao GLOBO, Alckmin afirmou que teve “uma interação rápida” com o governador e que “está tudo certo”.
Em um discurso sucinto, Tarcísio elogiou a criação de um novo canal de notícias e disse que o jornalismo é necessário "em um momento de polarização acirrada" e clamou por convergência e diálogo.
— Às vezes se odeiam simplesmente porque pensam diferente. Logo aqui, no Brasil, o país do sincretismo, o país da tolerância, está na hora de mudar essa chave. Está na hora de dar a volta por cima. Nós podemos sim pensar diferentes. O debate vai acontecer na arena política. Mas a gente tem como construir a convergência. Um projeto de futuro — falou, enquanto Lula o assistia da plateia.
Já Lula mencionou Tarcísio em sua fala ao citar os indicadores econômicos de sua gestão
— Hoje é um dia importante por três razões. A primeira, porque eu estava vendo uma matéria nos jornais e todos os prognósticos negativos contra a economia brasileira, anunciados no início de janeiro, não deram certo, Tarcísio. Tudo melhorou no meio de outubro — falou o presidente em seu discurso.
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