Poder e Governo
Presa na Itália, Zambelli é avisada por carta do filho sobre arquivamento de cassação
Deputada foi condenada pelo STF por invasão ao sistema do CNJ
Após ter o mandato preservado pela Câmara dos Deputados, Carla Zambelli (PL-SP) foi informada do resultado por meio de uma carta enviada por seu filho, João Zambelli. Desde que foi presa na Itália, esse tem sido o único canal de comunicação entre mãe e filho.
João relatou que escreveu o bilhete logo após a proclamação do resultado, seguindo o protocolo da penitenciária italiana, que recebe por e-mail uma imagem digitalizada do manuscrito e imprime as correspondências para os detentos.
— Estou comemorando com os amigos. Foi um grande presente de aniversário. Minha mãe manterá seu mandato — declarou João ao jornal O Globo.
Filho único da parlamentar, João completou 18 anos nesta quinta-feira (13) e recebeu felicitações dos colegas de bancada de sua mãe logo após o anúncio do resultado.
Detida em Roma após ter seu nome incluído na difusão vermelha da Interpol, Zambelli depende inteiramente da troca de cartas para acompanhar os acontecimentos políticos no Brasil. A resposta da deputada ao filho deve chegar nos próximos dois dias.
A preservação do mandato ocorreu em meio a um movimento de enfrentamento direto entre a Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte havia comunicado à Mesa Diretora que a condenação criminal de Zambelli, por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), implicava a perda imediata do mandato, conforme jurisprudência consolidada desde o caso Daniel Silveira.
Ainda assim, o plenário rejeitou a cassação e, na prática, descumpriu a ordem judicial. O parecer do relator Cláudio Cajado (PP-BA), favorável à perda do mandato, obteve 227 votos, abaixo dos 257 necessários.
Deputados atribuíram a derrota ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que, segundo eles, não articulou previamente a votação.
O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), ingressou com mandado de segurança no STF para obrigar a Mesa Diretora a cumprir a determinação da Corte.
Como noticiado mais cedo, ministros do STF consideraram inadmissível a votação realizada ontem.
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