O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República em 2026, afirmando que "quem inventa muito nome é porque não tem nenhum". Segundo o Planalto, a possibilidade de o senador Flávio Bolsonaro consolidar sua candidatura é considerada "remota" devido à resistência do Centrão e ao apoio crescente ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

— A gente não escolhe candidato adversário. Vejo toda hora Tarcísio, Caiado, Zema, Ratinho, Michelle, Eduardo, inventando um monte de nome. Quem inventa muito nome é porque não tem nenhum. Eles estão em dúvida porque sabem que perderam as eleições em 2026. Nós passamos dois anos para reconstruir esse país e este ano é ano da colheita, estamos colhendo a melhor política de inclusão social que esse país já teve. E o ano que vem será o ano da verdade, em que o país vai se dar conta do que está acontecendo — declarou Lula em entrevista à TV Alterosa, em Minas Gerais.

No entorno do presidente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é visto como o nome mais competitivo do campo adversário, embora a presença do nome Bolsonaro na urna ainda seja considerada um desafio para o PT.

Aliados de Lula avaliam que, apesar de Flávio Bolsonaro ser o membro mais moderado da família, ele enfrentaria dificuldades para reunir o Centrão em torno de sua candidatura, devido ao desgaste associado ao sobrenome e à indicação do pai, que cumpre pena por tentativa de golpe de Estado. O PT já articula para dividir partidos do Centrão, como MDB, PSD, Republicanos e PP, buscando apoios estaduais.

Durante a entrevista, Lula também respondeu às críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que classificou seu governo como "uma bomba-relógio". O presidente ironizou a possível candidatura de Zema, relembrando um episódio em que o governador apareceu comendo uma banana com casca nas redes sociais:

— Ele vai ter que pedir votos para o povo. É uma diferença muito grande entre internet e campanha de rua. Vai ter que ir para a rua, convencer e explicar o que fez em Minas Gerais, e eu sinceramente prefiro comer um pão com mortadela do que banana com casca. Desde pequeno aprendi a descascar banana. Nem macaco come banana com casca, é uma coisa civilizatória.