Poder e Governo

Caciques do Centrão se reúnem após Flávio Bolsonaro afirmar que pré-candidatura é 'irreversível'

Líderes partidários demonstram irritação após senador anunciar pré-candidatura sem consulta prévia

Agência O Globo - 09/12/2025
Caciques do Centrão se reúnem após Flávio Bolsonaro afirmar que pré-candidatura é 'irreversível'
Flávio Bolsonaro - Foto: Reprodução / Agência Brasil

O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), divulgou nesta terça-feira uma foto ao lado dos presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI).

O encontro entre os principais líderes do Centrão ocorreu após uma reunião realizada na quarta-feira entre Rueda, Ciro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outras lideranças do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, na véspera.

Segundo Flávio Bolsonaro, os dirigentes partidários manifestaram dúvidas quanto à capacidade de "tração" de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. Ele afirmou, porém, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçou nesta terça-feira que sua entrada na disputa eleitoral é "irreversível".

Os líderes dos partidos teriam se irritado com o fato de Flávio ter se colocado como pré-candidato sem consultá-los previamente. Flávio, no entanto, negou qualquer mal-estar com os aliados do Centrão.

"Estive com os presidentes do Progressistas e do União Brasil. Conversamos sobre o cenário eleitoral para 2026 e projetos para o Brasil. Nosso interesse em comum é ajudar o Brasil a caminhar", escreveu Marcos Pereira em suas redes sociais.

— Sobre a reunião de ontem, foi positiva. Minha relação com Ciro, Rueda e outros nomes é muito boa. Eles se preocuparam com o meu nome, com base em pesquisas, de eu não tracionar. Meu nome está tracionado. Reforcei a eles que minha candidatura é irreversível, apresentei novos números de pesquisas, e ouvi a mesma mensagem do meu pai, Jair Bolsonaro (PL), na visita de hoje: é um movimento irreversível — declarou Flávio após visitar o pai, que está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal.

O senador destacou que o projeto só avançará com o apoio de dois aliados: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado favorito para representar Bolsonaro nas eleições do próximo ano, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com quem teve embates públicos recentemente.

— Para mim, é mais do que importante termos um Tarcísio forte em São Paulo, estaremos mais juntos do que nunca nessa campanha. Dependemos um do outro. O meu pai pediu para agradecer, em seu nome e publicamente, às manifestações favoráveis dele. Conversei com a Michelle e preciso dela com o público feminino e evangélico. Não ficaremos desunidos. Meu pai está até mais disposto e sem soluços, ele ficou muito feliz ao saber que a nossa militância está em ebulição e agora tem um norte com o sobrenome Bolsonaro — afirmou.

Flávio também esclareceu a declaração feita no último domingo, quando sugeriu que a retirada de seu nome da disputa teria "um preço". Na ocasião, ele indicou que esse preço seria a aprovação da anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que beneficiaria Jair Bolsonaro, atualmente preso em Brasília após condenação a 27 anos e três meses de prisão.

— Foi um mal-entendido. Eu quis dizer que meu preço era Jair Bolsonaro livre e nas urnas. Ou seja: não tem preço — retificou.