O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um episódio polêmico ao ocupar a cadeira da presidência da Câmara dos Deputados, atualmente sob comando de Hugo Motta, durante a sessão desta terça-feira (4). A ação ocorreu na véspera da análise, em plenário, do processo de cassação do mandato do parlamentar, prevista para começar nesta quarta-feira.

Glauber Braga é acusado pelo partido Novo de ter faltado ao decoro parlamentar ao expulsar da Casa, após ter chutado um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024, durante uma discussão acalorada. O Conselho de Ética da Câmara aprovou, ainda em abril, parecer recomendando a cassação do deputado.

Em sua defesa, Glauber alega que a pena de cassação é desproporcional e caracteriza o processo como uma perseguição política. No mesmo mês do episódio, o parlamentar chegou a dormir no chão de um dos plenários de comissões da Câmara, após anunciar greve de fome, e declarou que não deixaria o Congresso Nacional até o fim do processo que pode resultar em sua cassação.

Glauber também apresentou recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, buscando a paralisação do processo, sob alegação de “inexistência de justa causa” e “desproporcionalidade ou não razoabilidade da pena de cassação”.

O deputado ainda questionou a imparcialidade do relator do processo no colegiado, Paulo Magalhães (PSD-BA), apontando proximidade entre o relator e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A defesa de Glauber reforça que há perseguição política no caso.

No ano passado, Glauber Braga já havia chamado Arthur Lira de "bandido" em sessão do Conselho de Ética. Embora o processo por xingamento tenha sido arquivado, Glauber afirma que Lira utiliza o atual caso de agressão ao militante do MBL para tentar cassá-lo por motivos anteriores.