Poder e Governo
Flávio Bolsonaro reúne dirigentes do PL, prega unidade e veta alianças com a esquerda
Resolução do partido já proibia alianças, mas eleições municipais de 2023 tiveram exceções com partidos da base governista.
O senador Flávio Bolsonaro (RJ) reuniu presidentes de diretórios estaduais do PL na manhã desta terça-feira, em Brasília, no primeiro encontro com as lideranças regionais do partido desde que foi lançado como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Segundo relatos, Flávio pediu aos correligionários que demonstrem unidade às suas bases e reforcem que sua indicação partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele classificou a pré-candidatura como uma "missão" e afirmou que não haverá espaço para dissidências no partido.
Durante a reunião, Flávio reiterou que o PL não permitirá alianças com partidos de esquerda nas eleições do próximo ano. Embora uma resolução interna publicada em 2024 já vedasse tal prática, nas eleições municipais do ano passado o partido firmou alianças com legendas da base governista, como o PT, em cidades do Ceará, Maranhão e Bahia. Os dirigentes regionais também foram informados de que a bancada do PL no Congresso está mobilizada para utilizar as sessões da CPI do INSS como estratégia para desgastar o governo federal, ao associar fraudes no instituto à gestão petista.
Mais cedo, Flávio relatou que, em reunião com os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira (PI), realizada na noite de segunda-feira, surgiram dúvidas quanto à capacidade de sua candidatura para 2026. Ele afirmou, porém, que seu pai, Jair Bolsonaro, reforçou nesta terça-feira que sua entrada na disputa é "irreversível".
O senador negou qualquer mal-estar com aliados do Centrão pelo fato de o anúncio de sua pré-candidatura ter ocorrido sem aviso prévio a essas lideranças. Flávio também destacou que dependerá do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para fortalecer seu nome nas urnas.
— Sobre a reunião de ontem, foi positiva. Minha relação com Ciro, Rueda e outros nomes é muito boa. Eles se preocuparam com o meu nome, com base em pesquisas, de eu não tracionar. Meu nome está tracionado. Reforcei a eles que minha candidatura é irreversível, apresentei novos números de pesquisas, e ouvi a mesma mensagem do meu pai, Jair Bolsonaro (PL), na visita de hoje: é um movimento irreversível — afirmou Flávio após visitar o pai, que está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
O senador ressaltou que a continuidade do projeto depende do apoio de dois aliados: o governador Tarcísio de Freitas, que era apontado como favorito para representar o bolsonarismo em 2026, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com quem teve desentendimentos recentes.
— Para mim, é mais do que importante termos um Tarcísio forte em São Paulo, estaremos mais juntos do que nunca nessa campanha. Dependemos um do outro. O meu pai pediu para agradecer, em seu nome e publicamente, às manifestações favoráveis dele. Conversei com a Michelle e preciso dela com o público feminino e evangélico. Não ficaremos desunidos. Meu pai está até mais disposto e sem soluços, ele ficou muito feliz ao saber que a nossa militância está em ebulição e agora tem um norte com o sobrenome Bolsonaro — declarou.
Flávio também esclareceu a declaração feita no último domingo, quando afirmou que a retirada de seu nome da disputa teria "um preço". Na ocasião, sugeriu que esse preço seria a aprovação da anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que beneficiaria Jair Bolsonaro, preso após condenação a 27 anos e três meses de prisão.
— Foi um mal entendido. Eu quis dizer que meu preço era Jair Bolsonaro livre e nas urnas. Ou seja: não tem preço — concluiu.
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