Poder e Governo
Defesa de Bolsonaro vai apresentar novo pedido de prisão domiciliar, diz Flávio
Ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses por participação em trama golpista e está detido em Brasília
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá protocolar um novo pedido para que a pena seja cumprida em regime domiciliar. Segundo Flávio, o pedido será fundamentado "no bom senso e no embasamento técnico" diante do quadro de saúde do ex-mandatário, que vem apresentando crises de soluços e refluxo.
De acordo com o senador, a condição médica de Bolsonaro será novamente utilizada como argumento para que ele deixe a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
— Esperamos bom senso e humanidade, para que Bolsonaro não cumpra pena nessas condições. Hoje mesmo a defesa protocolará um novo pedido para que a pena seja cumprida em casa. Será um pedido feito com bom senso e embasamento técnico que a situação pede — afirmou Flávio.
Na semana passada, o senador criticou as condições da prisão do pai na Superintendência da PF, destacando o pouco espaço para movimentação, apesar das recomendações médicas para exercícios, e as dificuldades de concentração devido ao barulho constante de geradores de ar-condicionado, que funcionam das 7h às 19h.
A sala onde Bolsonaro está detido possui cama de solteiro, ar-condicionado e frigobar. O espaço, normalmente destinado a custodiados sob responsabilidade da PF, foi adaptado para receber o ex-presidente e, após reforma, conta com banheiro privativo, cadeira, armário, escrivaninha, televisão e ar-condicionado. O local é semelhante ao que abrigou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da PF em Curitiba, durante o cumprimento da pena posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal.
— Hoje ele está em uma situação bem difícil, soluçando bastante, reclamando que tem passado as noites com refluxo. Ele está em uma sala de 12 m², trancado na chave o dia inteiro. A sala ao lado faz um barulho infernal do ar-condicionado central daquele prédio, entre 7h e 19h. É como se ele estivesse sendo torturado — relatou Flávio.
O senador também reclamou do tempo restrito de visitas ao pai:
— São 30 minutos por semana. Nesse tempo, preciso amparar meu pai, pensar no ser humano, e no que sobra falamos de articulações políticas. É muito pouco — afirmou.
Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
O ex-presidente foi preso preventivamente no dia 22, após violar a tornozeleira eletrônica sob alegação de risco de fuga. No dia 25, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decretou o trânsito em julgado da ação penal e determinou o início do cumprimento da pena na cela da PF.
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