O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (18) que fez um apelo aos presidentes de partidos para que realizem uma “triagem” e impeçam candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado. A declaração foi dada durante sessão da CPI do Crime Organizado, no Senado.

“Já fiz um apelo aos presidentes dos partidos. Só uma atitude repressiva não é suficiente, os presidentes de partidos políticos têm a obrigação de fazer a triagem”, ressaltou Lewandowski.

De acordo com o ministro, a expansão das facções criminosas é um “fenômeno novo e global” que demanda uma “visão estrutural”.

“O crime hoje está migrando da legalidade para a ilegalidade, infiltrando-se nos setores de combustíveis, coleta de lixo, construção civil, streaming. É um crime que hoje está infiltrado até no setor político. Nas últimas eleições, em parceria com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fizemos um esforço para evitar e impedir que o crime se infiltrasse nas eleições municipais”, destacou Lewandowski.

A audiência é considerada central para o plano de trabalho da CPI, que busca mapear falhas estruturais no enfrentamento às facções. O depoimento ocorre uma semana após o promotor Lincoln Gakiya, referência no combate ao PCC, detalhar aos senadores como grupos criminosos têm explorado brechas regulatórias para criar fintechs e operar em uma “zona cinzenta” do sistema financeiro, sem fiscalização do Banco Central e sem comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).