Poder e Governo
Flávio Bolsonaro se apresenta como 'Bolsonaro centrado' e diz ser mais moderado que o pai
Senador afirma que candidatura à Presidência é 'irreversível' e 'não está à venda', apesar da resistência do Centrão
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência da República, declarou que compartilha dos mesmos princípios do pai, Jair Bolsonaro, mas destacou que "nenhum ser humano é igual ao outro". Segundo ele, é "um Bolsonaro centrado", com opiniões próprias e que, em diversos momentos, divergiu do ex-presidente. Flávio também afirmou que sua candidatura é "irreversível" e "não está à venda".
Moderação e diferenças com o pai:
— Tenho os mesmos princípios, tenho o sangue Bolsonaro, mas nenhum ser humano é igual ao outro. Em vários momentos, ele tinha um entendimento, eu tinha outro. Ele não quis tomar vacina (contra a Covid), eu tomei duas doses — afirmou Flávio, nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo". — Muita gente pedia: "Bolsonaro, você tem que ser mais moderado". Sou eu. Bolsonaro mais moderado.
O senador ressaltou que o sobrenome Bolsonaro lhe garante "um piso bastante alto" na disputa presidencial. Para ele, partidos que não apoiarem sua candidatura precisarão avaliar se vale a pena lançar nomes próprios e, assim, comprometer resultados em eleições estaduais e para o Senado.
Alianças e apoio de Tarcísio:
Flávio citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como exemplo de aliado leal e transparente. Ambos, segundo o senador, compartilham os mesmos objetivos:
— É um cara que eu não tenho dúvida: a gente vai estar junto. Eu vou subir no palanque dele para governador de São Paulo, ele vai me ajudar na candidatura à Presidência. Vamos largar de São Paulo com 10% de vantagem sobre o PT — frisou.
Reação do mercado e planos para a economia:
O senador minimizou a reação negativa do mercado financeiro após o anúncio de sua pré-candidatura. Na última sexta-feira, o dólar comercial subiu e a Bolsa de Valores de São Paulo, que vinha em alta, passou a cair. Flávio afirmou que o foco será montar uma equipe de referência em diversas áreas, começando pela continuidade do projeto do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes:
— Converso com Guedes de vez em quando. É um gênio. Vou começar a colocar no papel de forma muito antecipada qual vai ser a nossa plataforma de resgate do Brasil. Não estou falando de nome de ministro, para fazer plano de governo, nada disso. É um conselheiro importante — explicou.
Movimentações políticas e articulações:
Na segunda-feira, Flávio reuniu em sua casa, em Brasília, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PL, Valdemar Costa Neto, em um jantar. O encontro foi o gesto mais significativo de articulação desde o anúncio, na sexta-feira, de que foi escolhido pelo pai para disputar a Presidência contra Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
Dos três presentes, apenas Valdemar Costa Neto declarou publicamente apoio à candidatura de Flávio. Rueda, por sua vez, afirmou na sexta-feira que, em 2026, “não será a polarização que construirá o futuro, mas a capacidade de unir forças em torno de um projeto sério e responsável”.
— O PL vai ter mais de 20% de televisão, vai ter fundo partidário, vai ter o povo, vai ter a militância aguerrida. Não preciso de mais nada — declarou Flávio à Folha, ao ser questionado se Valdemar está convicto de sua candidatura.
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