Poder e Governo

Ciro Nogueira desfaz acordo no Paraná e PP barra candidatura de Moro ao governo

Em meio à debandada interna e pressão do governo Ratinho Júnior, presidente do PP tenta retirar senador da disputa

Agência O Globo - 08/12/2025
Ciro Nogueira desfaz acordo no Paraná e PP barra candidatura de Moro ao governo
Ciro Nogueira - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, afirmou nesta segunda-feira que o diretório paranaense da sigla não irá homologar a candidatura do senador Sergio Moro (União-PR) ao governo estadual, aprofundando o racha na federação União Brasil–PP. A decisão foi anunciada após reunião interna, em meio a uma debandada de filiados no estado.

— Participei da deliberação e o PP no Paraná não vai homologar o nome do candidato Moro. Precisamos dialogar isso com a federação. Esse é o estado mais importante para mim, o nosso principal diretório, e o único onde ainda há discussão — declarou Ciro Nogueira.

O destino do União Brasil ainda é incerto. Enquanto uma ala apoia Moro, interlocutores de António Rueda, presidente da sigla, relatam resistências. Procurado, Sergio Moro não se manifestou até o fechamento desta edição.

Ciro Nogueira explicou que os líderes locais do partido ainda vão definir o rumo a ser tomado. Entre as possibilidades, estão o lançamento de uma candidatura própria, com a ex-governadora Cida Borghetti, ou o apoio ao projeto de Ratinho Júnior (PSD).

Nos bastidores, aliados indicam que a tendência é apoiar o governador, que articula a eleição de seu secretário estadual de Cidades, Guto Silva, como sucessor. O acordo em discussão prevê que o grupo do PP possa indicar o vice na chapa de Silva, em uma tentativa de recompor alianças e evitar novas baixas.

A entrada de Moro na disputa provocou impacto imediato na estrutura da federação no Paraná. Cerca de 60 prefeitos se desfiliaram do União e do PP nos últimos meses, além de dois deputados federais: Filipe Francischini, ex-União, e Pedro Lupion, que trocou o PP pelo Republicanos.

A avaliação interna é que manter Moro na disputa aprofundaria o isolamento político da federação e prejudicaria o desempenho das chapas proporcionais em 2026. Por isso, a cúpula passou a defender uma reorganização no estado.