Poder e Governo

Direção do PT ignora pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e foca críticas em Tarcísio de Freitas

Documento aprovado pelo partido aponta governador de SP como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista

Agência O Globo - 08/12/2025
Direção do PT ignora pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e foca críticas em Tarcísio de Freitas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Foto: Reprodução / Instagram

Apesar do anúncio da pré-candidatura à Presidência do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na última sexta-feira, a resolução do diretório nacional do PT, aprovada no sábado, concentrou críticas no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Segundo o partido, Tarcísio é o “principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista”.

“Setores da direita brasileira, especialmente governadores, vêm atuando para sabotar políticas do governo Lula, criando obstáculos à ação federativa em áreas estratégicas como segurança pública, infraestrutura, educação e políticas sociais. Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destaca como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista, transformando São Paulo em laboratório da redução radical do papel do Estado, da entrega de bens públicos e do enfrentamento ideológico ao governo federal”, afirma o texto, que será divulgado na manhã desta segunda-feira.

Na sexta-feira, Flávio Bolsonaro anunciou ter sido escolhido por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, como o nome do grupo político para disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tentará a reeleição. A definição foi mal recebida pelo mercado financeiro, resultando em alta do dólar e queda na Bolsa. Pesquisa Datafolha divulgada no domingo aponta que Flávio perderia para Lula em um eventual segundo turno em 2026 por uma diferença de 15 pontos percentuais. Já a diferença entre Lula e Tarcísio seria menor, de 5 pontos.

No documento aprovado, o PT também reforça a defesa da criação do Ministério da Segurança Pública, proposta que constava no programa de governo de Lula em 2022, mas que ainda não foi implementada.

“O PT reafirmou que o Brasil precisa de um Ministério da Segurança Pública e de uma política de segurança nacional articulada, com foco em inteligência, combate financeiro ao crime e proteção das comunidades”, destaca a resolução.

A pressão pela criação da nova pasta aumentou após crises recentes, como a operação policial nos complexos da Penha e da Maré, no Rio de Janeiro, que deixou 122 mortos. Na ocasião, o governador Cláudio Castro acusou o governo federal de não apoiar os estados no combate à violência.