Poder e Governo
Aliados de Tarcísio veem indicação de Flávio Bolsonaro como divisiva e ainda indefinida
Líderes afirmam que senador recebeu aval de Jair Bolsonaro para disputar a Presidência em 2026, mas decisão é vista como estratégica
A possível indicação de Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026 é recebida com ressalvas entre aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), até então principal nome cotado para representar o campo conservador no pleito.
Um cacique do MDB ouvido pelo GLOBO recomenda cautela diante da notícia, destacando que a escolha de Flávio pode ser uma estratégia para manter a família Bolsonaro em evidência durante a definição da chapa para 2026, e não uma decisão final.
Já o presidente de outro partido do Centrão, também em condição de anonimato, classificou a notícia como "péssima". Na avaliação dele, o senador Flávio Bolsonaro "não ganha a eleição e não une o centro" político.
Entre os aliados de Tarcísio, há consenso de que o aval de Jair Bolsonaro ao filho pode não ser definitivo, já que "a política é dinâmica". Segundo eles, o anúncio funcionaria como um "balão de ensaio" para a família do ex-presidente marcar território no debate eleitoral.
Um secretário do governo estadual paulista compartilha do mesmo entendimento. Segundo ele, embora tenha tomado conhecimento do "ok" de Bolsonaro a Flávio, acredita que o movimento representa apenas "manobras por espaços" no cenário político.
Centrão pode adotar neutralidade
De acordo com apuração do GLOBO, presidentes de partidos do Centrão avaliam que a candidatura de Flávio Bolsonaro restringe as alternativas para as legendas de centro. A tendência, segundo um deles, é que parte desses partidos opte pela neutralidade na eleição presidencial, concentrando esforços na eleição de deputados federais e senadores.
Até então, lideranças dessas siglas buscavam um acordo para que Tarcísio de Freitas fosse o candidato ao Palácio do Planalto. No entanto, consideram agora quase impossível que o governador paulista dispute o cargo sem o apoio de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro e a quem deve parte significativa de seu capital político.
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