Poder e Governo

Moraes determina suspensão dos direitos políticos de Bolsonaro após trânsito em julgado

Ministro afirma que suspensão vale enquanto durarem os efeitos da condenação criminal transitada em julgado

Agência O Globo - 25/11/2025
Moraes determina suspensão dos direitos políticos de Bolsonaro após trânsito em julgado
- Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão dos direitos políticos de Jair Bolsonaro após o trânsito em julgado da condenação por tentativa de golpe de Estado. A Secretaria Judiciária do STF certificou, nesta terça-feira, o fim da possibilidade de recursos, fazendo com que passem a valer automaticamente os efeitos constitucionais da sentença.

Em sua decisão, Moraes registrou: “Os direitos políticos dos réus (…) estarão suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação criminal transitada em julgado, nos termos do art. 15, III da Constituição Federal”.

Com a decisão, o ex-presidente perde direitos como votar, ser votado, filiar-se a partido político e ocupar funções que exijam capacidade eleitoral ativa. A suspensão soma-se ao regime inicial fechado, fixado na pena de 27 anos e três meses de prisão, que Bolsonaro começará a cumprir na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já estava detido preventivamente.

A determinação do STF agrava o cenário jurídico-eleitoral de Bolsonaro, que já havia sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023. Naquele julgamento, por 5 votos a 2, o TSE concluiu que o então presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao atacar o sistema eletrônico de votação em reunião com embaixadores. A Corte o retirou da disputa eleitoral até 2030 ao entender que ele disseminou desinformação sobre as urnas e violou deveres constitucionais do cargo.

Agora, além da inelegibilidade estabelecida pelo TSE, passa a valer a suspensão integral dos direitos políticos prevista na Constituição para condenações criminais transitadas em julgado. Segundo o STF, esse efeito permanecerá enquanto durar a execução da pena.