Poder e Governo

Reunião do PL após prisão de Bolsonaro expõe mal-estar entre Michelle e Flávio

Apesar do desconforto com Flávio, Michelle demonstrou proximidade com Carlos, que a amparou durante uma crise de choro

Agência O Globo - 25/11/2025
Reunião do PL após prisão de Bolsonaro expõe mal-estar entre Michelle e Flávio
Reunião do PL após prisão de Bolsonaro expõe mal-estar entre Michelle e Flávio - Foto: Reprodução

A escolha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como porta-voz da família após a prisão preventiva do ex-presidente gerou desconforto entre os Bolsonaro, segundo aliados presentes à reunião realizada na tarde de ontem, na sede do PL, em Brasília. Além de Flávio, participaram do encontro a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos políticos Carlos Bolsonaro, ex-vereador do Rio, e Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú (SC).

Embora não tenha havido confronto direto com Flávio, Michelle teria manifestado a pessoas próximas seu descontentamento por não ter sido consultada pelo primogênito, já que, até então, era a única da família a ter estado com o ex-mandatário. Participantes relataram que a ex-primeira-dama teve pelo menos duas crises de choro durante conversas com correligionários.

Apesar do incômodo com Flávio, Michelle demonstrou que mantém atualmente uma boa relação com Carlos, de quem já foi desafeta e sobre quem chegou a dizer que "não era obrigada a conviver". Foi Carlos quem amparou Michelle durante uma das crises de choro e comentou aos presentes: "não sei de onde ela tira tanta força".

Carlos, segundo relatos, também surpreendeu ao buscar pacificação no grupo, elogiando o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a quem chamou de "voz consistente" na defesa do pai. Nikolas vinha sendo alvo de críticas de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por não liderar a defesa do ex-presidente e já havia tido desentendimentos anteriores com Carlos.

A reunião teve ainda momentos de tensão: Michelle repreendeu o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por criticar publicamente a ida de senadores ao Complexo da Papuda. Segundo presentes, Michelle reclamou do comportamento do parlamentar ao expor divergências com colegas da oposição. Gilvan argumentou que a vistoria dos senadores poderia ser interpretada como aceitação da prisão do ex-presidente.