A perícia da Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou abrir a tornozeleira eletrônica utilizando uma 'fonte de calor' e identificou a presença de ferro na área queimada do equipamento, que é composto por plástico. O laudo analisou os danos físicos no aparelho e foi finalizado hoje.

Segundo os peritos, a constatação reforça o relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF). A violação da tornozeleira foi um dos principais argumentos utilizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para decretar a prisão preventiva de Bolsonaro no último sábado.

Para a elaboração deste primeiro laudo, os especialistas empregaram técnicas como registro fotográfico, análise microscópica, exame de microfluorescência de raios X e testes comparativos com uma tornozeleira sem avarias. Os resultados indicaram a presença de ferro na área queimada. O exame apontou "danos significativos" no equipamento e evidências de "uso de fonte de calor". De acordo com a perícia, o dispositivo foi submetido a aquecimento direcionado para tentar abrir a caixa da tornozeleira.

Um segundo laudo está em andamento e deverá verificar se houve danos no circuito eletrônico do aparelho. A Polícia Federal busca identificar, por exemplo, qual sensor foi acionado durante a queima do material.

Os exames estão sendo realizados no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (INC), cujos laboratórios ficam ao lado da Superintendência da PF em Brasília, local onde Bolsonaro está preso.

As informações periciais coincidem com o relato do ex-presidente à Seape-DF, no qual ele afirmou ter usado um "ferro de solda" para tentar abrir o equipamento. Segundo documento da secretaria, a tornozeleira apresentava “sinais claros e importantes de avaria”, incluindo marcas de queimadura em toda a circunferência, especialmente na região de fechamento do case.