Poder e Governo
À espera de aval para disputar a presidência, Tarcísio deve visitar Bolsonaro no regime fechado, dizem aliados
Governador de São Paulo sabe que eventual candidatura presidencial continua nas mãos do ex-presidente e vai manter estratégia de 'jogar parado'
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prepara-se para visitar Jair Bolsonaro (PL) no regime fechado nas próximas semanas, conforme relataram aliados à imprensa. Um encontro entre ambos estava previsto para 10 de dezembro, na residência de Bolsonaro, e havia recebido autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, há cerca de dez dias. No entanto, com a transferência da prisão preventiva para o regime fechado, todos os agendamentos de visitas do ex-presidente com políticos e amigos foram suspensos.
De acordo com apuração, Tarcísio aguarda definições sobre as regras de visitação para poder solicitar sua inclusão no rol de visitantes. Nessa ocasião, além da "questão humanitária" — como o governador já afirmou após outros encontros —, a pauta deve incluir as discussões sobre a eleição de 2026, tema que também seria abordado na reunião inicialmente marcada para dezembro.
“Acredito que o governador iria falar com o Bolsonaro sobre eleição, sim, mas não especificamente sobre ele concorrer à presidência. Ele falaria sobre a virada do ano e a necessidade de composições estaduais, regionais e federais, ressaltando que chegaria o momento de o presidente tomar decisões, mas não necessariamente sobre candidatura. Só que uma coisa leva à outra. E, se o presidente não tratasse de candidatura federal com ele, tudo indicaria que seu caminho seria a reeleição ao governo paulista”, afirmou um aliado próximo de Tarcísio.
A prisão de Bolsonaro e seus reflexos nas eleições de 2026 também devem ser tema de um jantar nesta segunda-feira (24), em São Paulo, que reunirá os governadores Tarcísio, Cláudio Castro (RJ), Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), além dos deputados federais Arthur Lira (Progressistas), Guilherme Derrite (Progressistas) e Hugo Motta (Republicanos).
Estratégia de cautela
Diante do cenário eleitoral indefinido após a prisão de Bolsonaro, Tarcísio tende a manter a postura adotada nos últimos três meses: declarar publicamente que será candidato à reeleição em São Paulo, mantendo-se em uma posição de espera — ou seja, seguirá "jogando parado" até que a candidatura presidencial da direita seja definida. Aliados apontam dois fatores para essa estratégia: a prisão recente de Bolsonaro e o chamado "fator filhos", que pode gerar instabilidade no campo da direita.
“É muito cedo para tomar decisões, a prisão ainda está muito recente e precisamos aguardar”, avaliou o líder de um dos partidos do centrão.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputados aliados ao governador afirmam que ele continuará com os "pés em duas canoas", sem definir seu caminho para 2026, inclusive acompanhando pesquisas nacionais diárias. Para um deles, Tarcísio reconhece que ainda depende do aval de Bolsonaro para uma eventual candidatura presidencial, mas enxerga a reeleição ao governo paulista como uma alternativa "menos custosa" do que uma disputa nacional.
Independentemente do cenário, o deputado estadual Danilo Campetti (Republicanos) reforça que a base governista apoiará qualquer decisão: “Sabemos que o Tarcísio tem capacidade para gerir São Paulo e o Brasil, e estaremos com ele independentemente da escolha que o governador e o ex-presidente Bolsonaro fizerem”.
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