Uma vigília evangélica convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite deste sábado (22), para orar pela saúde e liberdade de Jair Bolsonaro, terminou em tumulto após a manifestação de um homem que se apresentou como pastor e defendeu a prisão do ex-presidente.

O evento, que reuniu cerca de cem pessoas em frente à rotatória de acesso à rua do condomínio onde Bolsonaro estava, foi marcado por tensão após o discurso do participante.

Perseguição e agressão

Após discursar ao lado de Flávio Bolsonaro, lendo uma passagem bíblica — "quem cava covas por elas será engolido" — e pedir que Jair Bolsonaro fosse condenado por suas ações durante a pandemia de Covid-19, Ismael Lopes, de 34 anos, foi perseguido e agredido por simpatizantes do ex-presidente.

A Polícia Militar interveio utilizando spray de pimenta para dispersar os agressores e escoltou Lopes até um carro de aplicativo. Aos policiais, ele afirmou estar ciente dos riscos e que sua atitude foi consciente. Durante a confusão, o rapaz recebeu socos, pontapés e teve a manga da camisa rasgada. Apesar do pedido de Flávio Bolsonaro para que não houvesse agressão, os ataques continuaram.

Quem é Ismael Lopes

Lopes é membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, organização que também realiza eventos com a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, em diferentes estados. Embora não seja pastor, milita por causas progressistas e de esquerda nas redes sociais. Em seu perfil no Facebook, utiliza uma imagem de capa com ilustrações de Karl Marx, Vladimir Lênin, Joseph Stálin e Mao Tsé-Tung.

Segundo Lopes, sua participação não foi coordenada pela Frente, mas ele avisou lideranças do movimento sobre sua intenção de discursar no evento bolsonarista. Para ser chamado ao microfone, apresentou-se como representante de um movimento evangélico presente em 19 estados. Ele já representou a Frente em uma reunião do Conselho de Participação Social da Presidência da República, em dezembro de 2024.

Encerramento da vigília

Após o tumulto, a vigília foi encerrada. O evento contou com a presença de Flávio e Carlos Bolsonaro, dos senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Izalci Lucas (PL-DF), além dos deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF).