Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva saíram em defesa da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso envolvendo a suposta trama golpista e enfatizaram os fundamentos jurídicos que embasaram a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As manifestações dos ministros têm privilegiado o aspecto legal da decisão de Moraes, evitando ataques pessoais a Bolsonaro ou qualquer tom de comemoração em relação à prisão. O objetivo é adotar uma postura moderada e evitar o acirramento do ambiente político.

Entre os argumentos apresentados pelo STF, destaca-se a violação da tornozeleira eletrônica, ocorrida durante a madrugada, como um dos principais fundamentos para a decisão de Moraes. O próprio Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir o dispositivo, que era uma medida cautelar imposta pelo Supremo.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a prisão "segue rigorosamente os ritos do devido processo legal".

Segundo Gleisi, a defesa pública da medida busca rebater a narrativa de apoiadores de Bolsonaro, que alegam ausência de "lógica jurídica" e acusam Moraes de perseguição política.

“A decisão do ministro Alexandre de Moraes está fundamentada nos riscos reais de fuga do chefe da organização golpista, na iminência do trânsito em julgado de sua condenação para cumprimento de pena. Também leva em conta, acertadamente, os antecedentes de um processo marcado por violentas tentativas de coação da Justiça, como o tarifaço e as sanções da Magnitsky. Na democracia, a Justiça se cumpre”, afirmou a ministra.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, também se manifestou, destacando que a prisão de Bolsonaro evidencia que “ninguém está acima da democracia”.

“Ninguém está acima da democracia. Ninguém pode trair a pátria impunemente. Que a prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado represente um grande marco para nossa história: Ditadura nunca mais!”, declarou Boulos.