Poder e Governo

Moraes dá 24 horas para defesa de Bolsonaro explicar violação de tornozeleira

Ex-presidente admitiu a agente que usou 'ferro de solda' no equipamento

Agência O Globo - 22/11/2025
Moraes dá 24 horas para defesa de Bolsonaro explicar violação de tornozeleira
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) - Foto: Reprodução / Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifeste, no prazo de 24 horas, sobre a violação da tornozeleira eletrônica utilizada por ele.

A decisão foi tomada após a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal encaminhar ao STF um relatório técnico e um vídeo que mostram o equipamento danificado, além da admissão do próprio Bolsonaro de que tentou abrir o dispositivo utilizando um ferro de solda.

A violação da tornozeleira eletrônica foi um dos motivos apontados por Moraes para decretar a prisão preventiva do ex-presidente, realizada neste sábado. Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal (PF).

Em seu despacho, Moraes informou que retiraria o sigilo do relatório da Seape e do vídeo, devido às “inúmeras informações errôneas que vêm sendo divulgadas sobre a ocorrência da violação”.

No vídeo, Bolsonaro conversa com uma agente e admite o uso de “ferro de solda” no equipamento, alegando “curiosidade”.

Veja a íntegra do diálogo registrado na gravação:

Policial: “Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”

Bolsonaro: “Meti ferro quente aí. Curiosidade.”

Policial: “Que ferro foi? Ferro de passar?”

Bolsonaro: “Não, ferro de solda.”

Policial: “Aquele que tem uma ponta?”

Bolsonaro confirma.

Policial: “O senhor tentou puxar a pulseira também?”

Bolsonaro: “Não, não, isso não.”

Policial: “Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?”

Bolsonaro: “Lá pro final da tarde.”

Policial: “Final da tarde? Essa tampa chegou a soltar ou não?”

Bolsonaro: “Não, soltou não.”