Poder e Governo
'Só acho que é uma pena', diz Trump sobre prisão de Bolsonaro
Em coletiva, ex-presidente dos EUA demonstra surpresa com a prisão de Bolsonaro e reage com aparente desconhecimento do caso
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste sábado (22) que considera "uma pena" a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa, quando Trump foi questionado por um jornalista sobre o episódio.
Surpreso, Trump disse não estar ciente da prisão de Bolsonaro: "Foi isso que aconteceu? É uma pena, só acho que é uma pena", respondeu, demonstrando desconhecimento do caso.
Durante o contato com a imprensa, Trump chegou a demonstrar confusão diante da pergunta e pediu que o repórter a repetisse. Em seguida, afirmou que "na noite passada, conversou com o cavaleiro de quem vocês estão falando" e que pretendia encontrá-lo em breve. Não ficou claro se Trump havia entendido corretamente a referência a Bolsonaro ou se pensou tratar-se do presidente Lula.
Em outubro passado, Trump se encontrou com Lula em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Na ocasião, Trump elogiou Bolsonaro, dizendo: "Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era direto, mas ele passou por muita coisa". O comentário foi feito enquanto Bolsonaro enfrentava condenação por trama golpista, na presença do presidente Lula.
Na última quinta-feira, uma decisão de Trump de retirar a tarifa adicional de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros provocou debate entre o governo federal e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado e reside nos Estados Unidos. Eduardo atuou junto ao governo americano em defesa da manutenção das sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras.
O governo federal atribuiu o alívio nas tarifas de produtos como café e carne à atuação da diplomacia brasileira e do presidente Lula (PT). Já Eduardo Bolsonaro minimizou o papel do Itamaraty e alegou que a decisão foi motivada por fatores internos dos Estados Unidos.
O decreto assinado por Trump justifica a retirada das tarifas mencionando o progresso das negociações iniciadas com Lula na Malásia, sem citar Jair Bolsonaro. Para integrantes do governo, a menção expressa a Lula é considerada uma vitória. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, celebrou o episódio em suas redes sociais:
— Lula soube conversar com seriedade e altivez com Donald Trump, confirmando que é um verdadeiro líder. Vitória do Brasil e enorme derrota dos traidores da pátria, Jair e Eduardo Bolsonaro, e daqueles que comemoraram o tarifaço contra o país, como o governador Tarcísio de Freitas e outros mais — afirmou a ministra.
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