Poder e Governo
Tarcísio, Ratinho Júnior e Zema defendem Bolsonaro após prisão e antecipam debate sobre sucessão
Aliados criticam decisão do STF, classificam medida como revanchismo e apontam para reorganização da direita após prisão do ex-presidente
Governadores aliados de Jair Bolsonaro manifestaram-se publicamente em defesa do ex-presidente, preso neste sábado (data), com críticas contundentes à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, afirmou que Bolsonaro "é inocente e o tempo mostrará". Ratinho Junior (PSD-PR) apontou "insensibilidade do Poder Judiciário", enquanto Romeu Zema (Novo-MG) classificou a medida como "revanchismo político" e "arbitrária".
As manifestações ocorrem em meio a discussões nos partidos do campo conservador sobre a possibilidade de antecipação da sucessão de Bolsonaro.
Apontado como favorito do Centrão para herdar o legado do ex-presidente, Tarcísio destacou que Bolsonaro tem enfrentado ataques e "todas as injustiças com a firmeza e a coragem de poucos".
“Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos provenientes das mais diversas fontes, todos os laudos médicos e evidências, além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana”, escreveu Tarcísio, que foi ministro do governo Bolsonaro.
Ratinho Junior reforçou a crítica ao Judiciário, afirmando que a prisão demonstra "insensibilidade" e enviou solidariedade à família Bolsonaro. O governador do Paraná tenta se posicionar entre o conservadorismo e o Centrão, mas ainda enfrenta resistência de apoiadores mais fiéis ao ex-presidente, que o enxergam como um nome mais pragmático do que ideológico.
Romeu Zema adotou tom ainda mais duro: segundo ele, "a injustiça prevaleceu". O governador de Minas Gerais afirmou que a medida configura "revanchismo político" e argumentou que Bolsonaro, "isolado e vigiado 24 horas por dia", não representava risco que justificasse a prisão. Para Zema, o episódio é um "abuso de poder" e um sinal de "silenciamento opositor".
Por sua vez, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), que lançou sua pré-candidatura à Presidência em setembro, não havia se pronunciado até o fim da manhã deste sábado.
Para dirigentes do PL e do Centrão, a reação de governadores e lideranças do Congresso confirma que a prisão de Bolsonaro deve acelerar a reorganização da direita e antecipar a disputa interna por um sucessor. Com o ex-presidente fora do cenário eleitoral, partidos já consideram necessário definir, ainda em 2025, quem deve liderar o campo conservador em 2026.
Outras lideranças conservadoras também se manifestaram. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) classificou a prisão como "abusiva" e parte de uma "sequência de arbitrariedades", defendendo respeito ao devido processo legal. O presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que Bolsonaro vive um "martírio" e que "mitos não sucumbem a violências", reforçando solidariedade ao ex-presidente.
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