O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou neste sábado a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro e classificou como "patéticas" as iniciativas da organização criminosa que tentou promover um golpe de Estado no Brasil. Segundo Moraes, a democracia brasileira está em estágio de maturidade suficiente para punir tais atos.

"A democracia brasileira atingiu a maturidade suficiente para afastar e responsabilizar patéticas iniciativas ilegais em defesa de organização criminosa responsável por tentativa de golpe de Estado no Brasil", escreveu Moraes na decisão que levou à prisão do ex-presidente.

No documento, o ministro cita o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando que ele "articula criminosamente e de maneira traiçoeira contra o próprio País, inclusive abandonando seu mandato parlamentar". Na semana passada, Eduardo tornou-se réu no STF, acusado de coação por sua atuação nos Estados Unidos em defesa da imposição de tarifas ao Brasil e sanções a ministros da Corte e outras autoridades.

Moraes também menciona o senador Flávio Bolsonaro, que, em sua avaliação, "pretende reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil". Horas antes da decisão, Flávio publicou um vídeo nas redes sociais convocando apoiadores para uma vigília no condomínio de seu pai, fato que embasou o pedido de prisão.

Em outro trecho da decisão, Moraes destaca que a organização criminosa "não tem limites na tentativa de causar caos social e conflitos no País, em total desrespeito à democracia". Como exemplo, cita a fuga do ex-ministro Alexandre Ramagem, também condenado por envolvimento na trama golpista.