Poder e Governo

Gleisi celebra retirada de tarifas por Trump e aponta 'vitória' de Lula e 'derrota de traidores'

Medida beneficia exportações de café, carne bovina e suco de laranja, entre outros produtos brasileiros

Agência O Globo - 20/11/2025
Gleisi celebra retirada de tarifas por Trump e aponta 'vitória' de Lula e 'derrota de traidores'
Gleisi Hoffman - Foto: Reprodução / Instagram

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quinta-feira que o recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às tarifas impostas a produtos brasileiros representa uma “vitória” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma “derrota dos traidores”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao deputado federal Eduardo Bolsonaro e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

“Citando negociações com @LulaOficial, Trump anuncia a retirada das tarifas extras de 40% sobre a carne, frutas, café e outros produtos exportados pelo Brasil aos EUA. Essa é uma grande vitória do presidente Lula na defesa do país. Desde o primeiro momento ele se manteve firme diante dos ataques à nossa soberania, mobilizou a sociedade e contou com o trabalho de uma grande equipe de negociadores, sob o comando do vice-presidente @geraldoalckmin em coordenação com o Itamaraty. Lula soube conversar com seriedade e altivez com Donald Trump, confirmando que é um verdadeiro líder. Vitória do Brasil e enorme derrota dos traidores da pátria, Jair e Eduardo Bolsonaro, e daqueles que comemoraram o tarifaço contra o país, como o governador Tarcísio de Freitas e outros mais”, escreveu Gleisi nas redes sociais.

A decisão foi bem recebida por interlocutores do Ministério da Fazenda. Um integrante da pasta destacou que o recuo de Trump beneficia produtos nos quais o Brasil é bastante competitivo, como café, carne bovina e suco de laranja. A expectativa é de retomada das exportações desses itens, que registraram quedas entre agosto e outubro.

Setor de carnes comemora

A lista de produtos beneficiados inclui também banana, açaí e castanha de caju. Outras frutas, como tomate e manga, terão um regime especial, com isenção da tarifa adicional em períodos específicos ao longo do ano.

O tarifaço havia entrado em vigor em 6 de agosto. Na decisão inicial, Trump citou uma suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de ameaças a plataformas americanas. Posteriormente, durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro, Trump encontrou-se rapidamente com o presidente Lula e afirmou que tiveram uma “excelente química”. As negociações oficiais sobre as tarifas foram abertas em 6 de outubro, quando ambos conversaram por telefone.

Na ordem executiva desta quinta-feira, Trump mencionou um “avanço inicial” nas negociações entre os dois países, aspecto considerado relevante por fontes da Fazenda.

Trump também destacou expressamente o contato com Lula e afirmou que recebeu recomendações de autoridades do governo americano, especialmente sobre produtos agrícolas.

“Após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem imposta pelo Decreto Executivo 14323.”

Em nota, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, afirmou que o agronegócio não pode ser alvo de medidas de “cunho político” e que a nova decisão vai na direção correta ao considerar o Brasil um fornecedor “confiável, competitivo e parte essencial da segurança alimentar mundial”.