Poder e Governo

Resistência de Pacheco em disputar governo de Minas pode dificultar aprovação de Messias ao STF

Lula apostava em acordo sobre candidatura a governador para pacificar ambiente no Senado

Agência O Globo - 19/11/2025
Resistência de Pacheco em disputar governo de Minas pode dificultar aprovação de Messias ao STF
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) - Foto: Reprodução

A resistência do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em aceitar o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer ao governo de Minas Gerais pode se transformar em mais um obstáculo à aprovação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo aliados, Lula foi ao encontro com Pacheco, na noite de segunda-feira, no Palácio do Planalto, com a expectativa de que o senador aceitasse ser seu candidato ao governo mineiro em 2026. No entanto, Pacheco reiterou ao presidente sua intenção de encerrar a vida pública ao final do atual mandato, sem disputar novas eleições.

Na avaliação de auxiliares do Planalto, um acordo para que Pacheco disputasse o governo de Minas sinalizaria a outros senadores, que defendem o nome do parlamentar para o STF, um ambiente pacificado com Lula. Como o entendimento não avançou, a resistência à indicação de Messias pode se intensificar no Senado.

Apesar da preferência expressa de muitos senadores por Pacheco, já manifestada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), em reunião no Alvorada no último dia 20 de outubro, Lula não dá sinais de que pretende rever sua decisão de indicar Jorge Messias para o Supremo.

No encontro com Pacheco, o presidente afirmou, segundo interlocutores, que teria outro caminho para o STF, reafirmando sua preferência pelo advogado-geral da União.

Caso seja indicado, Messias ainda precisará ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aprovado por, no mínimo, 41 parlamentares no plenário.

Na semana passada, a votação apertada para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, acendeu um alerta no governo. Gonet foi aprovado para um novo mandato na PGR por 45 votos a 26, o placar mais apertado desde a redemocratização.