O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu na segunda-feira o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Palácio do Planalto. O encontro ocorreu enquanto Lula discute a indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocupará a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

A recente votação apertada no Senado para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, acendeu um alerta no governo. Apesar disso, auxiliares de Lula afirmam que Jorge Messias, advogado-geral da União, permanece como favorito do presidente para a indicação ao STF. O nome de Messias, no entanto, enfrenta resistência entre senadores, que demonstram preferência por Pacheco.

Antes de oficializar a escolha, Lula pretende se reunir também com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, outro cotado para o cargo.

Na semana passada, Paulo Gonet foi reconduzido à Procuradoria-Geral da República por 45 votos a 26, o placar mais apertado desde a redemocratização. Assim como ocorreu com Gonet, o indicado ao STF precisará ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aprovado em votação no plenário do Senado, necessitando de pelo menos 41 votos.

Segundo assessores do presidente, o resultado da votação foi uma resposta direta à atuação de Gonet na denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo sobre a suposta trama golpista. Eles também destacam que Gonet não articulou pessoalmente sua aprovação, deixando a negociação a cargo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Para esses interlocutores do governo, Jorge Messias terá um caminho difícil para conquistar o aval dos senadores. Após a indicação, o advogado-geral da União deve intensificar as conversas nos gabinetes do Senado, inclusive com parlamentares da oposição.