Poder e Governo
Vereador condenado por antissemitismo retorna à Câmara de SP após exoneração na prefeitura
Adilson Amadeu foi nomeado por Ricardo Nunes em outubro; decisão gerou incômodo na comunidade judaica
O vereador Adilson Amadeu, condenado duas vezes por antissemitismo e exonerado do cargo de assessor especial da Secretaria Especial de Relações Institucionais da prefeitura de São Paulo na última segunda-feira (17), retorna temporariamente à Câmara Municipal da capital paulista.
A nomeação de Amadeu, feita em outubro deste ano pelo prefeito Ricardo Nunes, provocou desconforto em parte da comunidade judaica e suscitou questionamentos dentro da própria administração municipal.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Amadeu afirmou que sua presença no Legislativo será temporária. "Por um período determinado (provavelmente até o recesso), assumo novamente uma cadeira no parlamento", declarou. Nas eleições de 2024, Amadeu obteve 24.759 votos e ficou como suplente.
Amadeu foi indicado ao cargo na prefeitura pelo secretário Alexandre Leite (União), deputado federal licenciado e filho de Milton Leite, ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Nos bastidores, a escolha foi criticada por alguns secretários, e o prefeito passou a ser cobrado diretamente por empresários judeus de diversos setores econômicos e representantes de entidades judaicas.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) lamentaram publicamente a nomeação de Amadeu. O vereador foi condenado em duas ações distintas. Em uma delas, referente a um áudio divulgado via WhatsApp em abril de 2020, Amadeu associou o judaísmo ao que chamou de "sem-vergonhice grande".
Por esse episódio, ele foi condenado em primeira e segunda instâncias pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Na ocasião, a defesa alegou que Amadeu "sempre teve amizade com judeus" e que o áudio foi compartilhado "com amigos de infância, sem intenção de atingir a comunidade judaica, mas sim a administração pública municipal e estadual durante a pandemia".
A segunda condenação ocorreu em 2022, após Amadeu chamar o então vereador Daniel Annenberg de “judeu filho da puta” durante uma votação na Câmara Municipal, em 2019. Neste caso, a pena foi de um ano e quatro meses de prisão, mas, por ser inferior ao limite legal, foi convertida em pagamento de multa e prestação de serviços comunitários, assim como na primeira condenação.
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