Poder e Governo
Tarcísio de Freitas se reúne com presidente do STF após ataque a Alexandre de Moraes
Governador de São Paulo cumpre agendas em Brasília nesta terça-feira
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem nesta terça-feira uma série de encontros com ministros do Judiciário, semanas depois de ter atacado publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A agenda oficial prevê reunião com presidente do STF, Edson Fachion, e o ministro da Corte, Nunes Marques. O governador também encontrará o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Bellizze Oliveira. As reuniões ocorrem em Brasília.
A movimentação ocorre após as declarações do governador em 7 de setembro, durante ato na Avenida Paulista. Na ocasião, diante de uma plateia de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”, em referência à atuação do magistrado em investigações que miram o bolsonarismo e atos antidemocráticos.
A fala, de tom semelhante ao usado por Bolsonaro em confrontos com o Supremo, foi interpretada como o momento em que Tarcísio se aproximou de vez da base mais radical do ex-presidente, de olho na sucessão de 2026. O episódio gerou desconforto entre ministros do STF, que viram no discurso um ataque direto à Corte e à independência do Judiciário.
Agora, o governador tenta reduzir a temperatura. A sequência de audiências com ministros é vista por interlocutores como uma tentativa de restabelecer pontes e evitar que o embate se prolongue, em meio ao avanço de temas de interesse de São Paulo e à sua projeção nacional.
Nas últimas semanas, aliados de Tarcísio têm defendido que ele adote uma postura mais institucional, capaz de dialogar com diferentes frentes sem abrir mão da identidade política que o projetou. O gesto ocorre também num momento em que o governador se distancia da condição de principal nome do campo bolsonarista e tem manifestado desânimo em relação a uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto. O movimento seria calculado, para reduzir a pressão em cima de seu nome.
No ato de setembro, Tarcísio defendeu anistia aos investigados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 e criticou o que chamou de “excessos” do Supremo. Desde então, manteve o discurso de que “ninguém está acima da Constituição”, mas passou a evitar ataques nominais a Moraes.
Desde o episódio, afastou-se dos temas mais nacionais e tem articulado a anistia com certa distância. Amanhã, deve se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
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