Poder e Governo
Filho de prefeito cassado por elo com facção vence eleição suplementar no Ceará
Pai de Joel Barroso tinha ligação com o Comando Vermelho, segundo as investigações; novo pleito opôs quadros nacionais como o deputado José Guimarães e o senador Cid Gomes
Filho do ex-prefeito Braguinha, , Joel Barroso (PSB) se elegeu neste domingo para comandar o município de Santa Quitéria, no Ceará. Em disputa que colocou em campos opostos aliados de peso do governador Elmano de Freitas (PT), como o senador Cid Gomes (PSB) e o deputado federal José Guimarães (PSB), o apoiado por Cid recebeu 53% dos votos e derrotou a petista Lídia Protásio e a outra adversária, Cândida Figueiredo (União).
Braguinha, o pai do novo prefeito, foi cassado em setembro pelo Tribunal Regional Eleitoral, o que motivou a realização das eleições suplementares. As investigações da Polícia Civil mostraram que a chapa vitoriosa no pleito de 2024 havia contado com o apoio do CV para garantir a eleição. Apoiadores de Tomás Figueiredo (MDB), adversário e ex-prefeito de Santa Quitéria, foram ameaçados de morte ou de expulsão da cidade. Figueiredo é casado com Cândida, uma das derrotadas por Barroso neste domingo.
“Se apoia o Tomás, vai entrar no problema” e “Quem apoiar o 15 vai morrer” estavam entre as pichações feitas pela facção em muros da cidade na eleição de 2024. Drogas também teriam sido usadas para comprar votos. Por conta do histórico de envolvimento do crime organizado na política local, o envio de militares para atuar na segurança da votação foi autorizado pelo governo federal.
Braguinha acabou preso horas antes de tomar posse, no dia 1º de janeiro. O vice, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, não chegou a ser detido, mas também foi afastado do cargo. O comando da prefeitura acabou, assim, com Joel Barroso, que presidia a Câmara Municipal. Agora, ele se reelegeu para um mandato definitivo.
As duas adversárias tentaram na Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura de Barroso, sob a alegação de que caracterizaria um caso de inelegibilidade reflexa, quando cônjuges e parentes de chefes do Executivo ficam impedidos de disputar cargos eletivos.
A Justiça Eleitoral, no entanto, entendeu que uma eventual vitória do candidato do PSB não acarretaria uma indevida continuidade da família no poder, já que Braguinha não chegou a assumir o segundo mandato. Em relação ao envolvimento do ex-prefeito com o CV, o relator Leonardo de Vasconcellos afirmou que os efeitos da inelegibilidade do pai do candidato não podem se estender ao filho. A candidatura foi deferida.
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