Internacional
Decisões da UE são tomadas por poucos países e demais apenas concordam, diz ex-chanceler austríaca
As decisões mais importantes da União Europeia são tomadas por apenas dois ou três países, enquanto os demais simplesmente precisam concordar, sem espaço para um verdadeiro debate político dentro do bloco. É o que avaliou à Sputnik a ex-ministra das Relações Exteriores da Áustria e diretora da Universidade Estatal de São Petersburgo, Karin Kneissl.
"Todos nós sabemos que, quando é preciso tomar uma decisão importante, Bruxelas envia o esboço da proposta para Paris, Berlim e, talvez, Roma – e é só. Os outros 25 Estados-membros simplesmente precisam aceitar. Isso já acontece há algumas décadas", afirmou.
Kneissl destacou que o motor principal da UE continua sendo o eixo Paris-Berlim, embora esse relacionamento tenha enfrentado dificuldades. Segundo a ex-chanceler, a agenda da União Europeia se tornou fortemente ideologizada, afetando as áreas política, econômica e cultural.
"Não há um verdadeiro debate político. Tudo se tornou muito ideológico. Economia, política energética, tudo virou um campo de batalha ideológica. As decisões deixaram de ser racionais – sobre o que é útil, o que está dentro da lei. Ou, no caso da energia, trata-se de física, química, é uma área técnica. Mas não: virou uma questão ideológica, como, por exemplo, decidir se você deve ou não comprar gás da Rússia", ressaltou Kneissl.
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