Internacional
Brics deve consolidar tamanho atual, mas pode haver exceção para nova adesão, indica Amorim

O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, indicou neste sábado, dia 10, em Moscou que os países do Brics podem abrir alguma exceção para expandir novamente o tamanho do grupo. Ele defendeu, porém, que novas adesões não ocorram agora.
"O Brics tem que ser consolidado como está. Tem uma exceção ou outra, não sei ainda direito como será, mas tem que ser consolidado basicamente com o tamanho dele", disse Amorim. "Toda vez que você quer criar um grupo muito grande a coesão é muito difícil, então você não consegue tomar decisões. Eu acho que o Brics está no tamanho certo", afirmou Celso Amorim.
Diplomatas brasileiros envolvidos na preparação da cúpula do grupo de emergentes, a ser sediada no Rio em julho, vinham rechaçando outra ampliação. Uma nova expansão não entrou na pauta oficial proposta pelo Brasil. Mas um embaixador envolvido disse que "tudo pode ocorrer em se tratando de Brics". O grupo tem uma governança informal.
Atualmente, são membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, e recentemente incorporou Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. São parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
As últimas ampliações, em 2023 (plenos) e 2024 (parceiros), foram patrocinadas pela China e pela Rússia, a contragosto do Brasil. A diplomacia entende que o bloco grande perde coesão e que o País poderia ver seu protagonismo diluído.
A própria expansão dos membros criou empecilhos ao que já havia sido acordado antes e agora existe um esforço de adaptação institucional, formalização de regras e até do rodízio na presidência do bloco.
A entrada de mais membros já teve um efeito negativo: na cúpula do ano passado discordâncias entre os países africanos levaram à retirada da lista de três países, entre eles o Brasil, que eram apoiados para entrar como membros-permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Em 2023, foram convidados para se tornarem membros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Indonésia só formalizou neste ano. E a Argentina, também convidada, descartou. A Arábia Saudita participa com representantes de nível político mais baixo e não formalizou a adesão ainda.
Após 2024, ingressaram ao todo nove países com status de associação menor (Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão), de um total de 13 "parceiros" convidados.
Há insatisfação sobre o engajamento deles e o espaço previsto. Inicialmente, os "parceiros" foram convidados apenas para a reunão de chanceleres e de líderes e não possuem direito a veto. O grupo é guiado pela regra do consenso.
Dois países que vêm insistindo em ingressar no bloco são a Turquia e a Venezuela. A Turquia pediu um ingresso como membro, mas recebeu convite para parceiro no ano passado. E a Venezuela, por sua vez, teve o pretendido acesso como parceiro vetado pelo Brasil - Lula e o ditador Nicolás Maduro vivem um momento de estranhamento político.
Questionado pelo Estadão, se agora o governo Lula desbloquearia o acesso do chavista, Amorim disse que "não precisa, porque não há nada bloqueado". O jornal apurou que autoridades na capital venezuelana voltaram a reiterar ao Brasil o interesse de participar.
Amorim, no entanto, disse que não há motivo para aproximação com Caracas, salvo oportunidades econômicas, a questão dos refugiados e um relacionamento mantido formal de Estado etc.
Em abril, o chanceler russo Serguei Lavrov também defendeu a continuidade da expansão "muito em breve" e defendeu que os associados parceiros teriam prioridade para se tornarem membros.
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