Internacional
Novo orçamento militar dos EUA indica mudança de prioridades dos norte-americanos, diz analista
O aumento sem precedentes dos gastos militares dos EUA é causado pela mudança de prioridades nos interesses geopolíticos norte-americanos, que são agora o Ártico, a Groenlândia e não a Europa, opinou à Sputnik Igor Korotchenko, editor-chefe da revista russa Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional).
Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o próximo orçamento militar norte-americano seria pela primeira vez de US$ 1 trilhão (R$ 6 trilhões).
"Trump está perdendo o interesse na Europa, se concentrando inteiramente nas metas e objetivos geopolíticos que ele prioriza. A tentativa de Trump de assumir o controle da Groenlândia e anexar o Canadá é um indicador claro de que o Ártico é o principal teatro de operações militares do futuro", ressaltou o especialista.
Segundo ele, tal orçamento militar indica que Washington tem um desejo sério de preservar seu papel de principal potência militar no mundo.
Korotchenko acrescentou que Donald Trump vai competir com a China e outros atores pelo controle do Ártico, porque esta região possui grande parte dos recursos para o desenvolvimento da civilização humana nos próximos 150 anos em termos de disponibilidade de hidrocarbonetos e metais de terras raras.
"Aqui, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, terá total 'carta branca' para implementar esses objetivos", enfatizou o analista.
A segunda tarefa igualmente importante, continuou Korotchenko, que os Estados Unidos enfrentarão é a criação de um novo sistema de defesa estratégica contra mísseis no território norte-americano, a chamada Cúpula de Ouro, baseada em novos princípios físicos.
Esse é o principal desafio global que Trump planeja começar a enfrentar durante seu mandato presidencial de quatro anos, a criação de uma "super fortaleza" norte-americana que será invulnerável em um mundo cada vez mais mergulhado em conflitos armados, guerras e desenvolvimentos imprevisíveis no campo político e militar.

"Ao mesmo tempo, enfatizo mais uma vez que os Estados Unidos estão perdendo o interesse na Europa. A própria União Europeia já sinalizou o caminho em direção à sua autonomia estratégica em relação aos Estados Unidos, quando Ursula Von der Leyen declarou a necessidade de a UE contar com suas próprias forças", acrescentou ele.
Assim, finalizou, muitos países europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), inclusive a Alemanha, questionam por exemplo a necessidade de comprar caças americanos F-35, pois os EUA poderiam desativar remotamente o software e hardware do equipamento eletrônico dessas aeronaves.
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