Internacional
Análise: Hillary Clinton faz o discurso de sua vida na convenção de Kamala
Ao garantir que "o futuro chegou e está ao nosso alcance", ex-secretária de Estado fez poderoso chamamento à coalizão democrata, notadamente mulheres e negros, para fazer História em novembro
 
								Após três minutos ovacionada, de pé, Hillary Clinton finalmente conseguiu iniciar seu discurso na Convenção Democrata. Terminou com uma afirmação seguida de intimação: "O futuro chegou e está ao nosso alcance. Vamos laçá-lo".
Há uma beleza nada óbvia na constatação, imediata, de mulheres do Partido Democrata, dentro e fora da arena em Chicago, eleitas para cargos públicos, militantes ou simpatizantes, de que o discurso que muito provavelmente será lembrado como o mais importante da longa trajetória política de Hillary Clinton tenha sido construído para saudar uma outra líder.
Foi impossível não voltar a 2016 e imaginar o que seria dos Estados Unidos, e não só, se a vantagem de quase três milhões de votos que teve sobre Donald Trump contassem mais do que o arcaico Colégio Eleitoral. E de como, diferentemente de 2020, a mulher venceu ao saber perder, princípio básico de qualquer democracia, mesmo as mais engessadas por cacoetes paroquiais.
A ex-secretária de Estado e Senadora abriu a noite garantindo que "algo está acontecendo nos Estados Unidos". Fato. Seguiu com um tributo de três linhas a Joe Biden que devem ter emocionado o estadista quase tanto quanto a medalha da Liberdade entregue de surpresa a ele por Barack Obama: "Biden devolveu à Casa Branca dignidade, competência e o verdadeiro patriotismo".
Lembrou que quando sua mãe, Dorothy, nasceu, em Chicago, mulheres sequer podiam votar. Prestou tributo a Kamala citando pioneiras que vieram antes das duas, em casa ("Imagine, Kamala, o que nossas mães diriam se pudessem nos ver agora. Diriam: sigam adiante!"), e na seara pública, entre elas sufragistas, anti-candidatas à Presidência, e Geraldine Ferraro, a vice de Walter Mondale, há exatos 40 anos, quando se ria da "ingenuidade dos democratas" ao apostarem em tamanha extravagância. Nomeou, cabeça erguida, os dois adversários que enfrentou em 2016: Trump e a misoginia. Perdeu, mas, oito anos depois, uma invasão do Capitólio com sete mortos no meio, é possível e factualmente correto afirmar que não foi a única.
Sua fala foi uma convocação poderosa, com propriedade, à coalizão democrata, notadamente mulheres e negros, a fazer História. Phillipe Reines, conselheiro de Hillary que nos últimos dias encarnou, entre divertido e nauseado, o papel de Donald Trump na preparação de Kamala para o duelo que fará com o adversário mês que vem, fez confidência jocosa ao New York Times. Nada, disse, mas nada mesmo, faria Hillary mais feliz do que testemunhar, aos 76 anos, a primeira presidente mulher dos EUA derrotar "o pior político americano da História". Seria, ele diz, algo como carma em dose dupla. Faltam exatos 76 dias para as americanas e os americanos irem às urnas.
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