Internacional
Número de mortos em protestos contra resultados da eleição na Venezuela sobe para 24
Manifestações estouraram há uma semana em Caracas e outras cidades do país, inclusive em bairros pobres que historicamente se identificavam como chavistas
								Pelo menos 24 pessoas morreram na Venezuela em protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, fortemente reprimidos pelas forças de segurança, que nesta terça-feira fecharam fileiras com o governante esquerdista. Maduro foi proclamado pela autoridade eleitoral como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos, frente a 43% do opositor Edmundo González Urrutia, representante da líder opositora María Corina Machado, que denuncia fraude. Horas após o primeiro boletim, manifestações estouraram em Caracas e outras cidades do país, inclusive em bairros pobres que historicamente se identificavam como chavistas.
"Os registros (...) relatam 24 pessoas falecidas entre o domingo, 28 de julho, e a segunda-feira, 05 de agosto, em eventos e protestos relacionados com as eleições", segundo um relatório da ONG de direitos humanos Provea, incluindo um militar.
O balanço coincide com um relatório apresentado mais cedo pela diretora da Divisão das Américas da Human Rights Watch, Juanita Goebertus.
As mobilizações diminuíram quase instantaneamente em meio à repressão e às detenções arbitrárias denunciadas por ativistas. A imprensa informou sobre a morte de manifestantes que chegaram feridos aos centros de saúde.
Maduro relatou dois militares mortos, sem mencionar baixas civis. Ele disse que mais de 2.200 pessoas foram presas, a quem chama de "terroristas" e as liga a um plano para derrubá-lo, embora o número seja diferente do divulgado pelas ONGs (1102 até o momento). O presidente disse que está preparando duas prisões de segurança máxima para transferir esses detidos.
Nesta terça-feira, o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, rejeitou "qualquer ato que leve ao aumento da violência ou que gere repressão" e instou "a que haja muita cautela, muita prudência, para evitar que se gerem surtos de violência". Colômbia, Brasil e México impulsionam um acordo político na Venezuela que permita superar a crise.
'Desesperados e sediciosos'
María Corina, que denuncia uma "campanha de terror" do governo, convocou para quinta-feira uma vigília "pela liberdade dos presos políticos". Não está claro se ela comparecerá. Embora tenha comparecido a uma grande concentração opositora no sábado passado, ela permanece escondida por declarar temer por sua vida. González Urrutia, por sua vez, não é visto em público há uma semana.
O Ministério Público abriu uma investigação contra ambos por "incitação à insurreição" e outros crimes como "conspiração", depois de publicarem uma carta aberta a militares e policiais na qual defendiam a vitória da oposição nas eleições e pediam que se colocassem "ao lado do povo".
As Forças Armadas da Venezuela, em resposta, reiteraram nesta terça-feira sua "absoluta lealdade" a Maduro e qualificaram de "desesperados e sediciosos" esses pedidos de apoio, segundo um comunicado lido mais cedo pelo ministro da Defesa, general Vladimir Padrino.
— Esses chamados fatuos e irracionais buscam romper nossa unidade e institucionalidade, mas jamais conseguirão — sublinhou Padrino, acompanhado pela alta cúpula militar e policial.
A União Europeia, que questionou a vitória de Maduro, assim como os Estados Unidos e vários países da América Latina, pediu o fim do que qualifica como uma "campanha de intimidação judicial".
Certificação do resultado
O futuro da eleição repousa agora no Tribunal Superior de Justiça, a quem Maduro pediu para "certificar" o resultado. O CNE não publicou o detalhamento do resultado da eleição de 28 de julho. Seu site está fora do ar desde então, alegando que seu sistema foi hackeado, algo que especialistas descartam.
A Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) citou candidatos e representantes dos partidos para apresentarem e "responderem às perguntas" relacionadas ao caso. González Urrutia deve comparecer na quarta-feira e Maduro na sexta-feira.
María Corina e González asseguram ter provas da vitória da oposição, após publicarem cópias de mais de 80% das atas de votação. A oposição considera o TSJ um "apêndice" do chavismo, e acadêmicos e dirigentes políticos consideram o caso improcedente.
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