Internacional
Líder do Hezbollah reitera promessa de retaliação e diz que manter Israel esperando ‘faz parte do castigo’
Hasan Nasrallah afirma que o grupo e o Irã são 'obrigados a tomar represálias' em meio à escalada da tensão no Oriente Médio
								O líder do movimento libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, disse, nesta terça-feira, que o seu grupo e o Irã serão "obrigados a tomar represálias" contra Israel "sem importar as consequências" após a morte de seu chefe militar, Fuad Shukr, na capital Beirute, e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana, Teerã.
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Ambos os assassinatos ocorreram há uma semana e foram atribuídos a Israel, ainda que o país só tenha assumido a autoria do ataque que matou o comandante do Hezbollah. Desde então, as forças israelenses estão em alerta aguardando a resposta anunciada pelo movimento libanês, pelo Irã e por seus aliados.
O líder do Hezbollah, no entanto, afirmou que "a espera israelense, há uma semana, faz parte do castigo, faz parte da resposta, faz parte da batalha". Em um discurso televisionado, Nasrallah afirmou ainda que o movimento libanês pode agir sozinho ou como parte de uma "resposta coordenada" de todo o "eixo de resistência", que inclui movimentos pró-Irã no Oriente Médio.
— Podemos responder todos juntos, ao mesmo tempo, isso depende do interesse do eixo — afirmou Nasrallah, cujo grupo reivindica quase diariamente ataques contra Israel, que responde com bombardeios no Líbano. — A nossa resposta chegará, será forte e eficaz — prometeu o líder.
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Pouco antes do pronunciamento, caças da Força Aérea israelense sobrevoaram Beirute a baixa altitude e romperam a barreira do som, o que provocou momentos de pânico na capital do Líbano.
A tensão no Oriente Médio aumentou com a guerra na Faixa de Gaza, que teve início com o ataque do movimento extremista palestino Hamas que deixou cerca de 1,2 mil mortes em Israel, há quase 10 meses.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva contra o território palestino que já acumula quase 40 mil mortos. Agora, com o assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, a apreensão aumentou.
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Israel em alerta
Israel afirma estar "se preparando para todos os cenários" após as seguidas promessas de represália. Os Estados Unidos, seu principal aliado, declarou trabalhar "dia e noite" para evitar uma escalada militar no Oriente Médio.
Durante uma reunião de emergência nesta segunda-feira, na Casa Branca, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, enviou uma mensagem: "Estamos imersos em uma diplomacia intensa dia e noite com uma mensagem muito simples: todos os protagonistas devem evitar a escalada".
O presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com o rei Abdullah II, da Jordânia, também nesta segunda. Blinken, por sua vez, conversou com o primeiro-ministro do Catar e o ministro das Relações Exteriores do Egito. Além disso, falou com o premiê do Iraque diante da possibilidade de ataques de grupos armados iraquianos apoiados pelo Irã.
O presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed al Nahayane, e o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, pediram a "todos os intervenientes" no Oriente Médio "responsabilidade e moderação".
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, declarou, nesta segunda-feira, que o seu país não busca "estender (...) a guerra", mas que Israel "certamente receberá uma resposta por seus crimes e arrogância". A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) se reunirá amanhã, a pedido da "Palestina e do Irã", para alcançar "uma posição islâmica unificada" na região, disse.
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Tanto o Hezbollah, como os rebeldes houthis, do Iêmen, apoiados pelo Irã, abriram frentes contra Israel após o início da guerra em Gaza, em "apoio" aos palestinos. Na fronteira entre Israel e o Líbano, as trocas de tiros são quase diárias. Seis combatentes do Hezbollah morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense no sul do Líbano, disse uma fonte de segurança libanesa à AFP.
Em meio à escalada da tensão, muitos países pediram a seus cidadãos que deixassem o Líbano, e várias companhias aéreas suspenderam seus voos para Beirute. Além disso, o Exército israelense continua sua ofensiva contra o Hamas em Gaza.
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