Internacional
Israel x Hamas: Brasil volta a negociar manifestação na ONU após veto dos EUA
Americanos vetaram proposta de resolução brasileira que teve 12 dos 15 votos no Conselho de Segurança
Depois de os Estados Unidos vetarem, na quarta-feira, a resolução costurada pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a delegação brasileira em Nova York iniciou uma série de consultas com os demais membros do órgão.
A ideia é que saia, o quanto antes, uma manifestação formal que ajude a evitar uma piora considerável na crise humanitária que atinge mais de 2 milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza.
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Segundo integrantes do governo brasileiro, há risco concreto de a situação se agravar, se houver invasão da Faixa de Gaza por tropas israelenses. O principal argumento usado para justificar a urgência de uma negociação é a questão humanitária, incluindo a libertação dos reféns que estão nas mãos do Hamas.
As conversas nos bastidores da ONU estão a pleno vapor, mas não há definição se será apresentada uma proposta de resolução, ou uma declaração consensual e formal do Brasil, que neste mês preside o Conselho de Segurança. Também não foi estabelecido um prazo para a conclusão das conversas.
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Existe, ainda, uma tendência de que o tema seja levado para a Assembleia Geral da ONU — que não tem poder de obrigar o cumprimento de resoluções, como o CSNU, e ainda faria com que os debates ganhassem a participação de mais de cem países. Esse caminho não é visto como o melhor pelo Brasil.
Para o governo brasileiro, negociar um novo texto consensual é um grande desafio, uma vez que uma nova rejeição dos americanos, ou de outro membro permanente do órgão (além dos EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) seria um fracasso diplomático. Um interlocutor afirmou que não se pode correr o risco de surgir uma outra resolução com menos votos do que os obtidos na reunião de quarta-feira, quando a proposta do Brasil teve 12 votos favoráveis, três acima do mínimo necessário.
Na última quarta-feira, a proposta de resolução apresentada pelo Brasil não passou por causa de um veto. Contudo, os dez membros não permanentes do conselho, todos eleitos com mandato de dois anos, votaram a favor do texto. Entre os permanentes, apoiaram a iniciativa China e França, enquanto Reino Unido e Rússia se abstiveram.
De acordo com um importante interlocutor da área diplomática, essa divisão entre os membros permanentes é inédita e ao mesmo tempo delicada. Daí a necessidade de uma negociação que traga resultados positivos.
A proposta do Brasil chamava de terroristas os ataques do Hamas. Também pedia o fim das hostilidades, segurança para crianças e idosos, libertação dos reféns, liberação de estrangeiros e permissão para a entrada de recursos assistenciais para a população.
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