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Míssil russo mata 8 em Odessa no dia de negociações com americanos
Ataque a porto ucraniano coincide com reuniões entre autoridades russas e americanas para discutir a paz.
Um ataque com mísseis russos à infraestrutura portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, deixou oito mortos e 27 feridos neste sábado, 20, de acordo com o serviço de emergência ucraniano. O bombardeio ocorreu no mesmo dia em que autoridades russas viajaram à Flórida para dialogar com representantes americanos, buscando avanços nas negociações pelo fim da guerra.
Entre os feridos em Odessa, alguns estavam em um ônibus no centro da cidade. Caminhões incendiaram-se no estacionamento e diversos carros foram danificados. Segundo Oleh Kiper, governador da região, o porto foi atingido por mísseis balísticos.
Moscou não confirmou imediatamente os relatos do ataque. O Ministério da Defesa russo afirmou neste sábado que, no dia anterior, havia alvejado "infraestrutura de transporte e armazenamento usada pelas forças armadas ucranianas", além de instalações energéticas e outras relacionadas ao esforço de guerra de Kiev.
Em outra frente, drones ucranianos atingiram uma plataforma de petróleo russa, o navio de patrulha Okhotnik e outras instalações, conforme comunicado do Estado-Maior Geral da Ucrânia.
Negociações pela paz continuam
Apesar dos ataques, as negociações para o fim do conflito seguem em curso. Na semana passada, representantes ucranianos, europeus e americanos se reuniram em Berlim e agora devem comunicar aos russos os avanços obtidos.
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, declarou neste sábado, em Kiev, que o progresso das conversas dependerá da postura dos EUA após o encontro com os russos. "Neste momento, honestamente não sei se avançaremos, mas saberei mais tarde hoje", afirmou.
O ex-presidente americano Donald Trump tem promovido uma iniciativa diplomática para encerrar a guerra, mas os esforços esbarram nas divergências entre as demandas de Moscou e Kiev.
Encontro em Miami
As tratativas continuam neste sábado, com o encontro de Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo, com o enviado de Trump, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro de Trump, em Miami, segundo fonte oficial americana à Associated Press (AP).
O principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, informou na sexta-feira, 19, que uma delegação ucraniana se reuniu com parceiros americanos e europeus nos EUA. Ele não detalhou a pauta, mas destacou o compromisso com o "trabalho conjunto no futuro próximo".
Questionado sobre a reunião em Miami, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na quinta-feira, 18, que Moscou se preparava para contatos com os EUA para conhecer os resultados das reuniões em Berlim, sem fornecer detalhes.
O presidente russo, Vladimir Putin, sinalizou que manterá exigências maximalistas sobre a Ucrânia, enquanto tropas de Moscou avançam apesar das perdas. Na sexta-feira, Putin declarou confiança em alcançar os objetivos militares caso Kiev não aceite as condições russas para pôr fim à guerra.
Líderes da União Europeia concordaram em fornecer US$ 106 bilhões à Ucrânia para suprir necessidades militares e econômicas nos próximos dois anos. No entanto, não houve consenso com a Bélgica para liberar ativos russos congelados para financiar Kiev, optando-se por empréstimos no mercado.
Após quase quatro anos de conflito, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a Ucrânia precisará de US$ 161 bilhões nos próximos dois anos. /Com AP
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